O Uruguai precisava de vencer a Arábia Saudita para carimbar já esta quarta-feira a passagem aos oitavos de final. Objetivo cumprido. A seleção de Tabárez manteve-se fiel a si mesma, não se importando de dar a bola ao adversário e defender, enquanto a oportunidade não surge. Apesar de terem feito por merecer, os sauditas não conseguiram romper as muralhas da experiente defesa uruguaia. Luis Suárez fez a sua parte, sendo o primeiro homen do seu país a marcar em três Mundiais consecutivos. Egípcios e sauditas vão para casa.

O jogo que podia decidir já hoje os apurados do Grupo A arranca com alterações nos onzes iniciais. Uma vitória do Uruguai apura tanto os sul-americanos como os russos.

Mudanças em relação ao primeiro jogo. Óscar Tabárez dá a titularidade a Carlos Sánchez e Cristián Rodríguez, deixando no banco De Arrascaeta e Nahitan Nandez. Juan Antonio Pizzi faz quatro alterações, mudando todos os setores da equipa. Na baliza entra Al-Owais, na defesa Al-Buhaili, no meio-campo Bahbir vai para a esquerda e como elemento mais adiantado temos Al-Muwallad.

Arábia Saudita faz por merecer

A Arábia Saudita deixa boa imagem mas Pizzi não deve resistir no cargo para além do Mundial.

A Arábia Saudita deixa boa imagem mas Pizzi não deve resistir no cargo para além do Mundial.

A Arábia Saudita entra determinada, assumindo a posse de bola e fazendo uma construção apoiada para chegar à área uruguaia. Quem pudesse imaginar que a seleção comandada por Tabárez ia agarrar no jogo, ser dominante e tratar de vender o jogo o quanto antes estava muito enganado. Não faz parte da identidade bem enquistada desta equipa. Não se importam nada em ceder a iniciativa, a preocupação fundamental é a solidez defensiva e esperar a oportunidade que os avançados possam converter.

Suárez faz a sua parte

Aos vinte e três, Luis Suárez faz história ao ser o primeiro uruguaio a marcar em três mundiais consecutivos. Na África do Sul fez três, no Brasil marcou duas vezes. Na sua centésima internacionalização, aquele que já era o melhor marcador de sempre do Uruguai alarga a contagem. A vantagem no marcador dos sul-americanos resulta de um erro individual do guardião Moha Al Owais, que falha a bola na sequência de um canto marcado por Carlos Sánchez. Quem não falha é o homem do Barcelona, que remata com o pé esquerdo.

Pode parecer que a Arábia Saudita está por cima na partida – cinquenta e sete por cento da posse de bola até ao intervalo – mas o Uruguai está a cumprir o objetivo, mantendo-se fiel ao plano de jogo.

Uruguai fiel a si mesmo

Luis Suárez não precisa de quase nada para meter a bola na baliza adversária. Foi o que fez.

Luis Suárez não precisa de quase nada para meter a bola na baliza adversária. Foi o que fez.

A segunda parte começa como terminou a primeira. Os Sauditas continuam a mostrar qualidades técnicas e a trabalhar bem na construção, mas sem conseguir romper as muralhas defensivas dos Charrúas. Por seu lado, o Uruguai baixa confortavelmente o bloco quando não tem a bola. Suárez e Cavani estão praticamente isolados da restante equipa e para a bola chegar lá à frente é quase sempre necessário que um deles, quase sempre o homem do PSG, a vir atrás buscá-la. À entrada para a última meia hora, Tabárez troca Rodríguez por Diego Laxalt e Matías Vecino por Lucas Torreira.

A Arábia Saudita continua bem dentro do jogo mas aos poucos a alteração na formação uruguaia vai melhorando o momento de construção ofensiva. A parceria com Torreira permite que Rodrigo Bentancur se liberte mais para avançar no terreno. De repente, Carlos Sánchez aparece com perigo pelo lado direito. Os Sauditas trocam bem a bola mas as iniciativas tornam-se cada vez mais inofensivas.

Aos setenta e oito, Pizzi troca de avançados – Al Muwallad pelo gigante Al-Sahlawi – e o selecionar uruguaio não tarda a reagir. Nández rende Sánchez e Martin Cáceres passa a ser a sombra do recém-entrado avançado saudita. É para defender a margem mínima, Tabárez não vai em modas.

Apesar dos esforços sauditas, se houve equipa que esteve perto de marcar no segundo tempo, veste de azul. Os adeptos uruguaios fazem a festa, imagino que nas ruas os russos também. A Arábia Saudita vai para casa mas deixa imagem positiva.

Boas Apostas!