Estão definidos os finalistas da Liga dos Campeões. As duas equipas que vinham com vantagem da primeira mão, Real Madrid e Liverpool, carimbaram o passaporte para Kiev, embora tendo que sofrer até à última. Mais uma vez, Zidane foi capaz de convencer as estrelas do Real a adaptar-se ao que o jogo exigia e Benzema foi o herói improvável da noite. A Roma conseguiu vencer em casa mas não foi o suficiente para anular a goleada que trouxe de Anfield.

Real esforçado segura vantagem

Nas últimas cinco temporadas, o Real Madrid só falhou uma vez a final.

Nas últimas cinco temporadas, o Real Madrid só falhou uma vez a final.

O Bayern de Munique não podia ter sido mais claro quanto às suas intenções no Santiago Bernabéu. Aos três minutos, a equipa Bávara adiantava-se no marcador, com um golo de Joshua Kimmich. Zinedine Zidane tinha feito alterações significativas no onze. Lucas Vásquez alinhou como lateral-direito, na ausência de Carvajal, e cedo se percebeu que a dupla Frank Ribèry/ David Alaba iam tentar explorar as debilidades defensivas do defesa adaptado. Luka Modric tentou mas nunca foi particularmente eficaz na ajuda a conter as movimentações do flanco. A outra grande novidade foi ter deixado Casemiro no banco, dando lugar a Mateu Kovacic. O Real Madrid conseguiu reagir e Karim Benzema repôs a igualdade – e a folga dos Merengues na eliminatória – aos onze minutos.

Logo a abrir o segundo tempo, o conjunto espanhol deu a volta ao marcador, com um bis do avançado francês. À semelhança do que tinha acontecido na primeira mão, em Munique, foram erros individuais que estiveram na origem do golo que lhes custou a passagem à final. O atraso de Tolisso é apertado, Ulreich parece que vai a tempo à bola mas no último instante hesita, metendo literalmente os pés pelas mãos. James Rodrígues ainda fez o 2-2 a meio do segundo tempo, tornando o resto da partida em sofrimento para o Real. Mas os Merengues souberam manter a cabeça fria, veio ao de cima a experiência e a confiança de quem sabe que este é o seu habitat natural.

Golo de Mané faz a diferença

Da pré-eliminatória à final de Kiev, é esse o percurso do Liverpool nesta campanha da Liga Milionária.

Da pré-eliminatória à final de Kiev, é esse o percurso do Liverpool nesta campanha da Liga Milionária.

O Liverpool está de volta à final da Liga Milionária, a oitava da história do clube inglês. A última presença foi há onze anos, a conquista mais recente há treze, com Rafa Benítez ao comando. Os Reds entraram pela porta do cavalo, vindo já desde a pré-eliminatória, e conseguirem ir até Kiev é um feito extraordinário. Jurgen Klopp está eufórico e já avisou os Merengues para se precaverem: o Liverpool vai com tudo. Mas o técnico germânico também fez rasgados elogios ao adversário, pelos problemas criados e pela resiliência, e até reconheceu uma pontinha de sorte para sair por cima na segunda mão. Ajudou e muito o golo madrugador de Sadio Mané, logo aos nove minutos, que conjugado com os cinco golos marcados na primeira mão deixava a tarefa da Roma (5-2, 4-2) muito mais complicada. Mesmo com o autogolo de Milner, pouco depois, que nivelou a partida, continuava a parecer improvável que o conjunto de Di Francesco conseguisse marcar mais quatro golos, o requisito para dar a volta à eliminatória.

O presidente da Roma e Monchi foram muito enfáticos em exigir o VAR para a Liga dos Campeões, queixando-se em particular de um penalti não assinalado a Alexander-Arnold e um fora de jogo de Dzeko que não o era, antes de mais um suposto derrube na área. Foi claramente mão do defesa inglês, muito mais do que aquela que foi assinada já em cima dos noventa, e nesse caso os italianos podiam ficar a vencer por 3-2 ainda com vinte e cinco minutos de jogo pela frente.