Sempre foi dito que Luís Castro assumia o cargo de técnico principal dos Dragões interinamente. O antigo responsável da equipa B azul e branca precisaria de resultados miraculosos para que a dividida direção portista o indicasse como responsável de pleno direito para a próxima época. O FC Porto voltou às origens e melhorou, é certo. Mas os milagres não aconteceram. Assim é natural que os candidatos à sucessão voltem às páginas dos jornais, e o que não falta são nomes. Mas depois da aposta falhada em Paulo Fonseca, e da temporada miserável dos Dragões, a escolha está a ser ponderada com especial cautela.

Candidatos não faltam

O que não faltam são fações, e cada uma defende a sua putativa dama, não só entre os adeptos, em conversas de café, como dentro da direção portista. O trabalho de Marco Silva no Estoril abona em seu favor, mas parece estar demasiado próximo ao modelo Paulo Fonseca e dada a recente experiência levanta demasiadas objeções. Depois alinham-se os “filhos da casa”, e a lista é extensa: Domingos Paciência, Sérgio Conceição, Jorge Costa, Nuno Espírito Santo e Pedro Emanuel. Não acredito. Embora, como adepta, adorasse ver alguns destes nomes novamente no banco do Porto, a direção azul e branca sempre resistiu a estas figuras com demasiada “bagagem”. No Dragão, os santos caseiros são bem vindos para integrar a engrenagem, não para tomarem o protagonismo. Houve também, ainda que brevemente, alguma especulação relativamente ao Engenheiro, já que a saída de Fernando Santos da seleção grega foi há muito anunciada. Saudosismo. Depois há a eterna associação a Jorge Jesus, que eu espero, sinceramente, que não passe de uma provocação. O estilo de Leonardo Jardim, não é de agora, agrada a Pinto da Costa. Esteve em cima da mesa no ano passado, mas Fonseca levou a melhor. Agora o madeirense está no Sporting e não me parece homem para estas trocas e baldrocas, a não ser que o empurrem para isso.

Perfil Luis Enrique

Lopetegui formação

Um ADN ligado à formação

Depois de em Março, mesmo antes da desvinculação de Fonseca, Marco Silva ter sido dado como certo no Porto, ao ponto de Pinto da Costa ironizar que teve receio de ver o técnico do Estoril apresentar-se no Dragão, é agora lançado para as primeiras páginas um nome inesperado. Julen Lopetegui, ex-guarda-redes e até há dias selecionador dos Sub-21 de Espanha, uma hipótese que parece ter algum fundamento. Primeiro, porque encaixa no chamado “perfil Luis Enrique”, e se o próprio parece fora de alcance pela cada vez mais provável ida para o Barça, procuram-se umas aproximações ao original – como Rijkaard, Laudrup ou Lopetegui. Segundo, porque ao abandonar o cargo na Federação Espanhola de Futebol, o vasco adiantou que na próxima temporada embarcaria numa nova aventura profissional, num dos históricos da Europa. A Rádio Marca afirma mesmo que Julen terá confidenciado ao Presidente da Federação Espanhola que iria para o FC Porto. E por último, porque esta seria a solução “out of the box”, uma espécie de escolha limpa, sem ligações a nenhuma das fações.
Natural do Pais Vasco, Lopetegui foi formado na Real Sociedad e ocupou as balizas do Real Madrid, Las Palmas, Logroñés, Barcelona e Rayo Vallecano, onde terminou a carreira como jogador. Treinou o Rayo, o Real Madrid Castilla e deu então o salto para as camadas jovens de Espanha. Foi campeão da Europa em 2012 e 2013, com os Sub-19 e Sub-21, respetivamente. Claro que quem esteja à frente das seleções espanholas, seja em que escalão for, arrisca-se a acumular títulos. Aparentemente, aos quarenta e três anos, Julen Lopetegui está pronto para abraçar novos desafios. Será que o seu futuro próximo passa pela cidade invicta?

Boas Apostas!