Faltam apenas três jornadas para o término da Liga NOS e o Benfica segue no primeiro lugar do campeonato. Em Vila do Conde, a equipa encarnada voltou a sentir imensas dificuldades para impor o seu jogo, revelando que o cansaço acumulado pesa na ponta final da competição. No entanto, não se fazem campeões sem este tipo de dificuldades e, conseguindo sobrepor ao cansaço a qualidade da sua proposta, o Benfica somou mais três pontos.

À procura do remate

A organização defensiva do Rio Ave foi outra das razões para o insucesso ofensivo do Benfica, sobretudo na primeira parte do encontro. Sem nunca ter conseguido um remate enquandrado, os encarnados sentiam problemas para que a bola chegasse com condições aos seus dois avançados, com o conjunto vilacondense a travar Renato Sanches, retirando também espaço de ligação entre este e Jonas. Sendo dessa dupla que nascem mais situações de desequilíbrio das linhas defensivas adversárias, Pedro Martins soube como travar a casa das máquinas encarnada, dando, muitas vezes, a sensação de que o Rio Ave dominava o ritmo do jogo, apesar de ser o Benfica quem tinha mais bola.

Raul Jimenez

Raúl Jiménez festeja o golo

O número de ataques do Benfica só começou a superiorizar-se ao do Rio Ave no quarto de hora final da primeira parte, tornando-se avassalador no regresso do intervalo. A maior intensidade de jogo do Benfica, que entendeu que não poderia esperar por um golo que teimava em não aparecer, coincidiu com uma quebra do Rio Ave, que era agora menos perigoso, sobretudo por não conseguir pressionar tão alto como na primeira metade, o que o levava a descer as suas linhas de contenção. Com mais espaço, o Benfica começou também a mexer no jogo a partir do banco, retirando Pizzi, que é dos jogadores que mais acusa o final de temporada, para chamar Sálvio e, pouco depois, retirando Mitroglou para lançar Raúl Jiménez, mais cedo do que é habitual, mas essencial para a forma como o jogo decorria.

Posicionamento e reação

Com o Benfica por cima, o golo surge de uma recuperação de bola de Renato Sanches, com o conjunto encarnado a colocar-se em vantagem na faixa direita do ataque devido à reação de André Almeida na ocupação do corredor. O Rio Ave nem foi capaz de conter esse avanço, nem depois do centro para a área, onde todos os três jogadores do Benfica, num primeiro momento, têm um defesa sobre si, a linha defensiva vilacondense reagiu à possibilidade de a bola continuar em jogo. Ao acreditar, Raúl Jiménez acabou por ficar em posição favorável à obtenção de um mais um tento importantíssimo na caminhada para o título.

Benfica Rio Ave 1

André Almeida ocupa faixa direita na transição

Benfica Rio Ave 2

Leitura de Raúl Jiménez após o desvio de Vilas Boas

O posicionamento dos encarnados no momento da recuperação da bola e o trabalho do mexicano sempre em busca de uma oportunidade para estar no sítio certo fizeram do Benfica um justo vencedor, num encontro em que as ocasiões de golo foram escassas ou terminadas com remates pouco perigosos.

A história do campeonato, para os encarnados, deverá passar por três jogos com situações muito parecidas às de domingo passado. Vitória de Guimarães, Marítimo e Nacional da Madeira têm, todos, situação praticamente resolvida na Liga NOS, compreendendo também que a subida das suas linhas para “encerrar” o meio-campo criativo do Benfica pode ser a melhor resposta para travar o primeiro classificado. Mas, perante a força anímica e a boa organização dos homens de Rui Vitória, nenhum deles parece mostrar-se capaz de aguentar os noventa minutos sem sofrer golos.