Nigéria – Portugal (Mundial Sub-20)
A equipa portuguesa estreia-se nesta edição do Mundial Sub-20 frente a um histórico adversário, que esteve no caminho dos portugueses na conquista do seu primeiro título da categoria, em 1989. Mas a verdade é que nenhum destes jogadores havia nascido nessa altura, pelo que o que estará na mente dos jogadores é o recente encontro no Torneio de Toulon, onde os portugueses venceram por 2-1, com golos de Alves e Ricardo Pereira, perante o tento nigeriano marcado por Ejike.
A Nigéria demonstrou ser um conjunto interessante, com vários jogadores que poderão vir a estar presentes nas escolhas das Super Águias no futuro. Trata-se de uma equipa com uma dimensão física, onde predomina a procura de espaços no terreno de jogo onde explorar a sua velocidade. Não sendo uma equipa muito técnica, contam com Olaitan e Agbo no meio-campo, constituindo-se como uma barreira muito forte, podendo surgir Chidi, reforço dos bracarenses, numa posição mais criativa. Na frente, Olarenwaju Kayode deverá ser a principal referência ofensiva, podendo, com o seu poder de choque, trazer algumas dificuldades à dupla de centrais lusa.
Portugal tem uma geração bastante talentosa neste Mundial, acreditando que poderá brilhar tanto como a sua antecessora, que alcançou a final quando ninguém esperava. Ao contrário da equipa de 2011, mais defensiva e expectante no seu encarar do jogo, este conjunto tem muita capacidade para fazer circular a bola, opção que será importante neste primeiro encontro, tentando explorar uma frente de ataque muito veloz e mexida, onde o mais provável é que os vários integrantes passem o jogo a trocar de posição, atrapalhando dessa forma as opções defensivas do seu adversário.
Na baliza, Edgar Borges tem três opções muito próximas, sendo que José Sá foi o guarda-redes mais utilizado no Torneio de Toulon e poderá acabar por ser a escolha principal para a competição, apresentando como vantagem ter sido mais utilizado na Segunda Liga, este ano. Na linha defensiva, João Cancelo vem da Seleção Sub-19 diretamente para a titularidade na lateral direita, enquanto Kiko fica responsável pela lateral esquerda. A dupla de centrais composta por Tiago Ilori e Tiago Ferreira é uma das áreas mais fortes dos portugueses, sendo que poderá também criar perigo nas bolas paradas. No meio-campo, Agostinho Cá ocupará a posição de maior pendor defensivo, com João Mário a surgir descaído na direita, ocupando o espaço de box-to-box e Tozé como elemento mais criativo da equipa, a aparecer muito nas trocas com os jogadores mais avançados. Na frente, Aladje está a recuperar de uma lesão, estando em dúvida a sua utilização, mas a equipa poderá até beneficiar com um trio mais rápido, com Bruma na direita, Ricardo Pereira no meio e Ivan Cavaleiro pela esquerda, sendo que todos apresentam mobilidade para experimentar diversas trocas de posição.
Portugal entra como favorito neste encontro, devendo começar por controlar bem a equipa nigeriana no seu meio-campo, para depois explorar algumas fragilidades na defensiva adversária. A Nigéria tentará impor-se pelo choque, fazendo com que Portugal recue um pouco nas suas intenções. Numa luta entre esquemas e ideias de jogo diferentes, ganhará aquele que mais depressa tome conta da situação. E, nesse sentido, os portugueses parecem ser quem tem as armas mais eficazes.
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