Nantes – Marselha (Ligue 1)
O efeito Sérgio Conceição à chegada a Nantes ajudou a fazer com que a equipa canária saísse dos lugares de descida de divisão, mas ultrapassado o primeiro impacto, segue há três jogos sem ganhar. O Marselha também deu um grande pulo na classificação, investiu forte para se fortalecer no mercado de inverno, mas não deixa de provocar algumas dúvidas sobre o espaço que será o seu na classificação. Rudi Garcia trabalha para o futuro (tendo que apresentar resultados no presente), Sérgio Conceição trabalha para o presente (uma maneira de garantir que terá algum futuro).
O Nantes reagiu como um quase-morto perante o choque elétrico com a chegada de Sérgio Conceição a França. O técnico português costuma ter esse efeito, pela forma como intervém com proximidade e agressividade junto do grupo, protegendo-o, mas também exigindo uma dedicação extrema. No entanto, passado esse efeito, é preciso encontrar talento, qualidade e vontade de manter esse esforço continuado. Neste momento, o Nantes tenta encontrar e dá sinais de não encontrar. Começou com uma derrota caseira com o Paris SG, algo natural, um empate em Rennes, que não é mau, uma derrota na Taça de França, no terreno do Lille, e nova derrota caseira, a meio da semana, com o Nancy. Um jogo mais em casa é uma boa oportunidade para acertar contas. Ainda que o Marselha, com as suas forças e incongruências, seja um adversário tipo kinder surpresa, do qual não se sabe o que esperar. Harit vai cumprir castigo nesta partida, enquanto Sigthorsson e Iloki estão lesionados, falhando o encontro com o Marselha.
Onze Provável: Dupé – Dubois, Djidji, Diego Carlos, Lucas Lima – Pardo, Rongier, Gillet, Kacaniklic – Sala, Stepinski.
O Marselha continua a navegar águas turbulentas e, com o investimento feito no mercado de inverno, não foram facilidades que chegaram ao Velódrome. Pelo contrário, com Evra, Sertic, Sanson e Payet, chega a obrigatoriedade de ganhar mais vezes, jogar melhor mais vezes, ser convincente no assegurar de um lugar europeu, deixar alguma esperança de que, na próxima temporada, será possível lutar pelo título. Curiosamente, essa parece ser uma garantia que Rudi Garcia está muito longe de poder dar. Porque se, num primeiro, melhorou um plantel que mostrou ter muito mais para dar do que aquilo que estava a render, neste segundo momento tem que ser capaz de tirar dos jogadores o que talvez nem esteja lá em primeiro lugar. Essa exigência, que em Marselha é sempre desmesurada, entra muitas vezes em campo com a equipa que, ao aprender a lidar com ela, ora vai conseguindo resultados mais positivos, ora vai caindo com a face no chão. Derrotas seguidas com Monaco e Lyon, goleada imposta ao Montpellier. Apuramento na Taça de França perante o mesmo Lyon, derrota sofrida, para o campeonato em Metz. Na passada quarta-feira, o Marselha voltou a vencer, sem grandes dificuldades, o Guingamp. Sinal de que, uma vez mais, haverá o que retirar deste grupo de jogadores. Rudi Garcia tem a responsabilidade. Abou Diaby e Hubocan estão lesionados, Evra e Sertic em dúvida.
Onze Provável: Pelé – Sakai, Fanni, Rolando, Evra – Lopez, Vainqueur, Sanson – Thauvin, Gomis, Payet.
No jogo da primeira volta, o Marselha venceu o Nantes por 2-1.
À partida, o Marselha volta a ser favorito, desde que consiga manter o bom ritmo que apresentou perante o Guingamp e evite as dúvidas demonstradas perante o Metz. Não parece ser uma grande exigência mas, com este Marselha, nunca se sabe. Ao Nantes de aproveitar.
