Há muitos pontos de interesse no futebol mas não há nada que encante os adeptos como partidas recheadas de golos, se possível de parte a parte. Os resultados da jornada de abertura parecem feitos à medida para servir de cartão-de-visita da Liga Espanhola para o mundo. Uma barrigada de golos – média de quatro por partida –, um ou outro desfecho inesperado para manter o suspense e alguns jogadores em verdadeiro estado de graça. Bienvenidos a La Liga 2016/17.
Messi em estado de graça
O campeão em título não defraudou no arranque. O Barcelona começa a defesa do título espanhol com uma goleada de 6-2. O Real Betis de Gustavo Poyet não passou nenhuma vergonha. Fez o possível, dentro dos seus recursos. Mas é quase impossível travar aquele tridente ofensivo em tarde inspirada. Arda Turan – não se vê como possa voltar ao banco – abriu as hostilidades. Messi, em estado de graça, fez dois golos e um verdadeiro recital. Luis Suárez, com um hat trick, já encabeça a listagem dos melhores marcadores.
O Real Madrid, ainda sem Cristiano Ronaldo e Benzema, também convenceu frente à Real Sociedad. Bale e Asensio combinaram bem para a finalização. Casemiro e Varane trataram de compensar os desvarios de Sergio Ramos e Marcelo.
Alavés cala o Calderón
Grande amargo de boca para os Colchoneros no jogo de abertura da Liga. O Atlético de Madrid dominou o terreno de jogo mas ainda assim só conseguiu colocar-se em vantagem em cima do minuto noventa, na marcação de uma grande penalidade. Quando o banco já festejava um triunfo sofrido, Manu Garcia não deixou de acreditar e no lance seguinte marcou o seu primeiro golo na primeira divisão espanhola. O Alavés saca um ponto da visita ao Calderón. É o que se chama começar com o pé direito.
Dez golos no Sánchez Pizjuán
O Sánchez Pizjuán teve um vislumbre do pode esperar do Sevilla esta temporada. Uma equipa praticamente partida, numa espécie de 3-7, com os olhos fixos na baliza adversária. Sanabria a inaugurar o marcador, Vietto marca a dobrar, Ben Yadder a mostrar que encaixa como uma luva. Kyotake no melhor – golo e assistência – e no pior dos Nervionenses. Um resultado difícil de acompanhar, com tantas trocas e baldrocas. Foram dez golos num jogo de loucos.
Quique Flores, na lateral, agarrado aos seus papéis, era a imagem da perplexidade. Quantas vezes é que uma coisa destas acontece ao mais alto nível? Uma equipa fazer quatro golos e sair derrotada, sobretudo quando o treinador é conhecido pela sua exigência defensiva? Era o mundo virado do avesso para o técnico do Espanyol.
Falta alguma coisa? Sim, o Villarreal continua à deriva, órfão de Marcelino. O Granada não se fez rogado e roubou um ponto ao Submarino Amarelo. No Mestalla o Valência teve a estreia errada para quem quer pôr para trás das costas o desastre que foi a época passada. Quique Setién e o seu Las Palmas levaram os três pontos. Kevin-Prince Boateng já rende.
Jornada em cheio para deixar água na boca para o que se há de seguir.
Boas Apostas!