Depois de ser demitido do cargo do treinador do Chelsea, em Dezembro, José Mourinho não voltou a treinar mais nenhuma equipa durante a temporada de 2015/16. Agora, como novo treinador principal do Manchester United, o técnico português diz quais as suas ambições e quer fazer esquecer os últimos 3 anos dos Red Devils.

Optimista, José Moutinho afirmou querer ganhar títulos, meter a equipa a jogar bem e dar oportunidades a jovens jogadores do Manchester United, tudo isto durante a sua apresentação oficial como treinador na qual o português aproveitou para lançar uma farpa a Louis van Gaal, de modo a que fique claro que este não se esconderá atrás das suas “filosofias”.

Depois de ter sido questionado sobre as suas ambições para o Manchester United, Mourinho respondeu: “Depende da maneira como o quiserem encarar. Eu nunca fui muito bom a brincar com as palavras, ou a esconder-me atrás de palavras e filosofias. Nunca tentei ser bom nisso. Eu sempre fui mais agressivo nas minhas aproximações. Seria mais fácil – e até mesmo honesto e pragmático – concentrar-me nos últimos 3 anos, no facto de que não nos qualificarmos para a Liga dos Campeões e por aí adiante, e podia ser bastante pragmático e dizer: Vamos trabalhar e tentar voltar à Liga dos Campeões e ao top-4 do campeonato inglês.”

José Mourinho na sua apresentação oficial como treinador dos Red Devils.

Como é habitual, José Mourinho estava bastante confiante na sua apresentação oficial como treinador dos Red Devils.

“Eu prefiro ser mais agressivo e dizer que quero vencer. O que significa jogar bem? É marcar mais golos que o adversário, conceder menos golos, deixar os fãs orgulhosos porque demos tudo em campo e conseguimos vencer. É tudo ao mesmo tempo. É uma abordagem agressiva de mim mesmo. Eu quero tudo. É óbvio que não vamos conseguir ter tudo, mas nós queremos.”

José Mourinho foi demitido do cargo de treinador principal do Chelsea em Dezembro, e descartou qualquer ideia de mostrar novamente o seu valor durante a última temporada.

José Mourinho também não hesitou em apimentar um pouco as coisas ao dirigir-se, aparentemente, a Arsène Wenger, treinador do Arsenal, ao dizer: “Existem alguns treinadores que a última vez que conquistaram algum título foi há 10 anos atrás. Outros, a última vez que ganharam alguma coisa foi nunca. A última vez que eu conquistei um título foi há um ano atrás, no Chelsea, não há 10 nem 15 anos, por isso, se eu tenho muito a provar, imagem os outros. Mas a realidade é que isso nunca foi importante para mim. Eu jogo contra eu mesmo. Esse é o meu sentimento a maior parte das vezes.”

“Eu sinto que não tenho de provar nada aos outros, mas sim a mim mesmo. Eu seria incapaz de trabalhar sem sucesso. Essa é a minha natureza e eu tento sempre encontrar as razões pelas quais tenho sempre tantas perguntas direccionadas a mim e às pessoas que trabalham comigo. Essa é a minha natureza. Eu podia abordar este trabalho num ponto de vista defensivo e dizer que nos últimos 3 anos, o melhor que conseguimos foi o 4º lugar. Mas não posso, não está na minha natureza.”

” Para o Manchester United, durante muitos anos, o sucesso era apenas uma rotina e, neste momento, os últimos 3 anos são para esquecer. Eu quero que os jogadores esqueçam. Eu não quero que os jogadores pensem que têm de fazer melhor e terminar em 4º. Terminar em 4º lugar não é o objectivo.”

José Mourinho também foi claro quanto à saída de Ryan Giggs, que deixou o clube após uma relação de 29 anos, e sobre onde Wayne Rooney irá jogar. “Nunca fugi das minhas responsabilidades, e o facto do Ryan não estar no clube, não é minha responsabilidade. O trabalho que ele queria foi o que o clube me decidiu dar.”

29 anos depois, Giggs abandona os Red Devils à procura de uma carreira como treinador principal.

29 anos depois, Giggs abandona os Red Devils à procura de uma carreira como treinador principal.

“O Ryan queria ser o treinador de Manchester United, e os donos do clube decidiram dar-me o trabalho. Ele podia ser o que quisesse no clube. O Manchester United queria dar-lhe um trabalho importante no clube. Aconteceu o mesmo comigo no Barcelona em 2000, ainda tinha contrato por mais dois anos. Não foi fácil partir para outra luta. Para Ryan não é fácil passar de treinador adjunto a treinador principal, é uma decisão que faz sair de uma casa onde passou 29 anos. Ele é corajoso e honesto, por isso, boa sorte. Se um dia ele quiser voltar para o Manchester United enquanto eu aqui estiver, e se um dia o clube lhe quiser oferecer a oportunidade de ser treinador principal, será algo natural e consequência do seu sucesso na sua carreira.”

Quanto a Rooney, o consagrado treinador português disse: “No futebol há muitos trabalhos, e existem vários postos de trabalho dentro campo. O mais difícil, é encontrar alguém que meta a bola dentro da baliza. Os jogadores mudam ao longo dos anos, as suas características e qualidades. É natural que os jogadores mudem um pouco, mas há uma coisa que nunca irá, que é o vontade de colocar bolas dentro da baliza adversária.”

“Talvez ele já não seja um ponta de lança, não seja mais um número 9, mas para mim ele nunca será um número 6, a jogar a 50 metros da baliza adversária. Podem me dizer que os seus passes são fantásticos, mas os meus passes também são fantásticos quando feitos sem pressão. Estar lá e meter a bola dentro da baliza é a coisa mais difícil de se fazer. Para mim, ele será um número 9, 10, um 9,5, mas nunca será um número 6 nem um número 8.

Como era de esperar, José Mourinho mostrou-se ambicioso e confiante, não tendo meias medidas no que tocou a falar de Louis van Gaal e de alguns outros treinadores da Premier League. Na próxima temporada do campeonato inglês, para além de Mourinho, iram ainda juntar-se dois grandes nomes, Antonio Conte e Pep Guardiola. A Premier League decididamente que será bastante empolgante.

Boas Apostas!