Tommy Robredo – Grigor Dimitrov (Roland Garros)
Aos trinta e cinco anos, Tommy Robredo recusa arrumar a raquete e procura reintegra o circuito depois de um ano anterior assolado por lesões. A terra batida é a sua superfície de eleição e Roland Garros o Major em que teve mais sucesso. Grigor Dimitrov tenta chegar pela segunda vez à terceira ronda em Paris mas não pode esquecer que o veterano espanhol foi responsável pela sua saída precoce do ATP de Marraquexe.
Para muitos, passar por um ano de 2016 assolado por lesões, em que só conseguiu disputar vinte partidas, seria o suficiente para dar por terminada a carreira. Mas, apesar dos trinta e cinco anos, Tommy Robredo faz questão de não sair na mó de baixo. Em fevereiro o agora número duzentos e setenta e quatro do ranking ATP regressou ao circuito, aproveitando a terra batida sul-americana. Mais tarde marcou presença em Indian Wells e Miami, apenas para cumprir calendário, sabendo que a sua oportunidade passava por se resguardar para o pó de tijolo europeu. Em Marraquexe o espanhol conseguiu resultados importantes – bateu Sergiy Stakhovsky (6-4, 6-4) e Dimitrov (6-4, 1-6, 6-1) antes de cair vítima de Benoit Paire (6-2, 6-4) – que mostraram que ainda estava aí para as curvas. Serviram também para confirmar ao próprio que nesta superfície ainda tem trunfos a jogar.
Robredo veio festejar o trigésimo quinto aniversário no Millennium Estoril Open com um triunfo sobre Evgeny Donskoy (6-3, 6-2). Acabou eliminado pelo compatriota que viria a vencer o evento, Pablo Carreño Busta (7-6, 7-5), numa partida muito renhida até ao fim.
Tommy Robredo foi cinco vezes aos quartos de final em Roland Garros, a última das quais em 2013, e o Major parisiense é, sem dúvida, o evento do Grand Slam onde foi mais bem-sucedido. Há aqui uma carga emocional que o pode ajudar a soltar-se. O espanhol entrou mal no encontro da primeira ronda, no qual enfrentou Daniel Evans (5-7, 6-4, 6-3, 6-1), sofrendo um break no jogo de abertura. Mas o britânico teve a sua própria quebra na exibição. Veio-se a saber entretanto que sofreu um indisposição que associa a um almoço tardio e ao calor intenso, acima dos trinta graus, que se sentia em court. Evans teve mesmo que recolher aos balneários para vomitar. Do outro lado, Robredo ganhava ritmo e parecia bastante fresco do ponto de vista físico.
Grigor Dimitrov tenta repetir a sua melhor prestação no Roland Garros – em 2013 chegou à terceira ronda – e talvez a partir daí construir um trajeto mais ambicioso. Nos últimos três anos não tinha ido além da primeira eliminatória portanto já está no lucro.
O tenista búlgaro iniciou a temporada de terra batida com derrotas sucessivas: em Marraquexe foi afastado por Robredo e em Monte Carlo não resistiu a Jan-Lennard Struff (4-6, 6-3, 6-2). Mas no Mutua Madrid Open Dimitrov começou a evidenciar outro nível. Bateu Kholschreiber (7-6, 6-4) e Karlovic (6-3, 7-5) e perdeu nos oitavos de final com Dominic Thiem (4-6, 6-4, 7-6). Mas no duelo com o austríaco fez uma exibição de luxo, sem dúvida a melhor que o vimos fazer em pó de tijolo este ano, mesmo em qualquer superfície. A passagem pelo Masters 1000 de Roma foi fugaz. Caiu à primeira mas o adversário foi Juan Martin del Potro (3-6, 6-2, 6-3), portanto o nível de exigência foi alto.
Na primeira ronda do Major parisiense, Dimitrov superou o veterano francês Stephane Robert em sets diretos (6-2, 6-3, 6-4), numa partida que não chegou a durar duas horas. O búlgaro conseguiu fazer oitenta e dois por cento de pontos com o primeiro serviço e um pouco mais de metade com o segundo.
| 2017 | Marraquexe | Robredo | 2 | 6 | 1 | 6 | R16 |
| Dimitrov | 1 | 4 | 6 | 1 | |||
| 2015 | Masters de Indian Wells | Robredo | 2 | 6 | 1 | 7 | 3R |
| Dimitrov | 1 | 4 | 6 | 5 | |||
| 2014 | Masters de Toronto | Dimitrov | 2 | 7 | 5 | 6 | R16 |
| Robredo | 1 | 5 | 7 | 4 | |||
| 2013 | Barcelona | Robredo | 2 | 7 | 6 | 2R | |
| Dimitrov | 0 | 5 | 1 |
Apesar da distância no ranking, Dimitrov só conseguiu vencer um dos quatro confrontos com Robredo, incluindo o último, há mês e meio, em Marraquexe.
