O percurso da seleção portuguesa na fase final do Mundial 2018 terminou no mesmo local em que tinha começado: no estádio Fisht, em Sochi. A melhor exibição portuguesa na fase final da prova coincidiu com a eliminação, às mãos do Uruguai, por duas bolas a uma. A letalidade na frente dos elementos da muralha construída por Óscar Tabárez travou Portugal.

Foto: "FIFA"

Foto: “FIFA”

Os eleitos de Fernando Santos sabiam que o golo sofrido já para lá do minuto 90, frente ao Irão, teria consequências: medir forças com o Uruguai, seleção mais forte que a Rússia, seleção que seria adversária caso Portugal tivesse terminado no primeiro posto do grupo.

No relvado de Sochi, Portugal teve mais iniciativa que o adversário, jogou muito mais tempo no meio-campo contrário, conseguiu desequilibrar pelas alas e entrar na área “charrúa”, mas faltou presença na área para contrariar a sobranceria de Giménez e Godín no eixo defensivo, centrais que, exceção feita ao golo português, estiveram irrepreensíveis.

Apesar de ter entrado em cena de forma descomplexada, apostada em fazer com que o perigo rondasse a baliza defendida por Fernando Muslera desde cedo, a seleção portuguesa sofreu o primeiro tento da noite, apontado por Edinson Cavani. O avançado do PSG iniciou a jogada, tocou largo para o flanco contrário, encontrando Suárez, subiu nas costas de Raphael Guerreiro e apontou o tento inaugural. Se dúvidas restassem, Cavani encarregou-se de introduzir a qualidade uruguaia no jogo aéreo logo aos sete minutos, colocando Portugal numa situação em que a equipa “lusa” nunca se tinha visto neste campeonato do mundo: em desvantagem.

Na frente do marcador, a “ordem natural das coisas” fez com que os uruguaios recuassem ligeiramente e cedessem a iniciativa ao adversário, demonstrando o quão confortável se sente sem bola. Dez minutos após o início da segunda parte, a prova de que por muita qualidade que o Uruguai possua no jogo aéreo, não há defesas imbatíveis: Cristiano Ronaldo soube arrastar a marcação contrária e quem aproveitou foi Pepe, que cabeceou para o golo após pontapé de canto.

O maior ascendente português tinha surtido efeito e a equipa alcançava um golo depois de ter crescido a olhos vistos. No entanto, e depois de já ter lançado algumas ameaças através de Suárez, uma bola longa apanhou a defesa portuguesa desorganizada, Fonte e Pepe não comunicaram, atacaram a referência ofensiva uruguaia e a bola sobrou para a esquerda do ataque sul-americano, caindo nos “pés errados” – Edinson Cavani encarregou-se de rematar bem para o 2-1, sete minutos depois de Portugal ter feito o golo do empate.

À procura de igualar a partida, Fernando Santos lançou André Silva, Ricardo Quaresma e Manuel Fernandes, mas Portugal teve sempre dificuldade em circular com velocidade suficiente para ultrapassar o autêntico bloco que a equipa uruguaia ergueu junto à sua área, sempre muito consistente e capaz de bloquear Cristiano Ronaldo. Bernardo Silva personificou o inconformismo da equipa nacional, legitimando o prémio de melhor em campo do lado “luso” neste adeus ao Mundial.

O Uruguai vai medir forças com a França nos quartos-de-final.

Boas Apostas!