França, Inglaterra, República Checa, Islândia e Áustria são as cinco nações que entram nesta derradeira ronda da fase de grupos de qualificação já com presença no Europeu garantida. Franceses na condição de anfitriões; Inglaterra e Áustria com passagem na “pole” dos respetivos grupos assegurada; República Checa e Islândia ainda à procura de se manterem na dianteira.

Além de um natural destaque para os estreantes islandeses, nota também para o facto de a Áustria ter conseguido apurar-se via grupos pela primeira vez. A última e única presença em fases finais da prova continental remonta a 2008, altura em que organizou o certame juntamente com a Suíça.

O caso português 

Dizer que Portugal tem o apuramento extremamente bem encaminhado soa, ainda assim, a eufemismo. A seleção nacional está a um pequeno passo de garantir presença na fase final do europeu do próximo ano. A vitória conquistada já em tempo de compensação em Elbasan, na Albânia, juntamente com o empate registado entre Dinamarca e Arménia, deixa a congénere lusa a apenas um ponto de garantir o apuramento para a fase final do europeu 2016. A precisar meramente de pontuar e ainda com dois jogos pela frente, só uma hecatombe faria Portugal falhar a presença na fase final.

Cristiano Ronaldo - Selecção Nacional de Portugal

Cristiano Ronaldo pode ser fundamental nesta reta final  do apuramento para o Euro 2016

Esta quinta-feira, em Braga, há encontro marcado entre aquelas que são, teoricamente, as duas seleções mais fortes em competição neste grupo I: Portugal e Dinamarca. Se um empate na Pedreira serviria as pretensões “lusas”, os nórdicos sabem que estão obrigados a triunfar por forma a continuarem a alimentar a esperança quanto a um apuramento direto. Por outro lado, os comandados de Morten Olsen – fará o 161º jogo à frente da formação dinamarquesa – também estão cientes de que, na pior das hipóteses, serão obrigados a disputar o “play-off” de acesso à competição. Em termos de confronto direto, a vantagem sorri a Portugal, que venceu na Dinamarca graças a um golo de Cristiano Ronaldo já para lá da hora. Nesse aspecto, os portugueses não têm razão de queixa: A sorte protegeu-os, ou não tivessem ganho já em tempo de compensação tanto na Dinamarca como na Albânia.

O Municipal de Braga estará lotado. Embora o empate sirva as pretensões da seleção portuguesa tal como já foi referido, a ambição certamente passa por conseguir mais que conquistar apenas um ponto. João Moutinho e Rafa sustentam esta ideia, atletas que fizeram questão de sublinhar que “Portugal entra sempre para ganhar”. A expectativa passa, naturalmente, por prolongar a série de cinco triunfos consecutivos em jogos de qualificação. Portugal só perdeu na estreia, diante da Albânia, em encontro disputado no Municipal de Aveiro. É favorito para esta partida e deverá conquistar os três pontos com maior ou menor dificuldade, viajando posteriormente para a Sérvia já com outro tipo de disponibilidade. Uma vez que os sérvios já não ostentam qualquer esperança em termos de qualificação, é bastante provável que essa partida seja encarada quase que como de feição amigável.

Holanda: “Play-off” ou morte

Não está fácil, a vida da Holanda. Seleção que figura entre as principais no panorama europeu e crónica candidata à conquista dos troféus que disputa à escala continental, corre o sério risco de ficar de fora do europeu de França. No quarto posto do grupo A de qualificação, encontra-se em posição extremamente frágil. A derrota averbada na Turquia, na última ronda, deixa os comandados de Blind em sarilhos e dependentes de terceiros: Neste caso, precisamente da formação otomana. No quarto posto do grupo com dez pontos, menos dois que a Turquia, a seleção holandesa está obrigada a vencer no Cazaquistão e na receção à República Checa. Conseguindo esses seis pontos, terá que esperar que os turcos percam na República Checa ou na receção à Islândia. Esse conjunto de resultados viabilizará, assim, o acesso da seleção ao holandesa ao “play-off” de apuramento.

Espanha e Alemanha sem depender de terceiros

Iker Casillas - Selecção Nacional Espanhola

Iker Casillas pode estar presente mais uma vez num Campeonato da Europa

Como não poderia deixar de ser, referência para as situações de Espanha e Alemanha, duas das principais forças do futebol do “Velho Continente”. O facto de chegarem a esta última ronda de qualificação na “Pole” dos respetivos grupos não é surpresa para ninguém. Se vencerem os dois jogos que têm pela frente, terminarão enquanto líderes e é precisamente isso que se antevê.

As ausências de alguns elementos devido a lesão não deverá afetar o rendimento da equipa espanhola, que é líder do grupo C com 21 pontos, mais dois que o segundo classificado. Falamos da Eslováquia, formação que até impôs uma derrota a “La Roja” na primeira volta mas não conseguiu repetir a façanha em território de “nuestros hermanos”, perdendo simultaneamente a vantagem que tinha no que ao confronto direto diz respeito. Esta quinta-feira, Espanha defronta o Luxemburgo e a possibilidade de melhorar consideravelmente o desempenho ofensivo é grande. À partida, e sem querer desconsiderar os luxemburgueses quem nem sequer ocupam o último lugar do grupo, tudo indica que será uma questão de números. O mesmo não se poderá dizer em jeito de análise ao encontro com o qual culminará a prestação espanhola nesta fase de grupos, diante da Ucrânia. A deslocação, a valia da seleção – superior ao Luxemburgo, por sinal – mas sobretudo a necessidade que os ucranianos têm de vencer poderá complicar a vida aos espanhóis. Em terceiro lugar com menos três pontos que a Eslováquia à entrada para esta dupla jornada, a Ucrânia fica à espera de deslizes alheios para poder ascender, sabendo de antemão que dificilmente acontecerá tendo em conta que os eslovacos têm vantagem no confronto direto. Uma derrota eslovaca, juntamente com duas vitórias da Ucrânia, não seria suficiente para os homens de Leste assumirem o segundo posto.

Quando Alemanha e Polónia entram em campo para se defrontarem, é impossível não fazer referência ao passado histórico das duas nações em questão. À entrada para esta derradeira ronda, encontram-se separadas por dois pontos. A vantagem pertence aos alemães, que ainda assim sucumbiram na deslocação à Polónia por 2-0. Emendaram o resultado na segunda volta, com um triunfo por 3-1. O desempenho ofensivo da Polónia, que chega a esta jornada ainda com aspirações à conquista do grupo, é verdadeiramente avassalador. 29 golos em oito jogos é uma marca verdadeiramente impressionante, à qual não são alheios os confrontos diante da frágil seleção de Gibraltar. Com Lewandowski num extraordinário momento de forma, os setores recuados das seleções de República da Irlanda e Escócia que se cuidem. Tal como sucede no grupo de Espanha, não é expectável que haja lugar a uma alteração no topo da pauta do grupo. A Alemanha, à partida, deverá conseguir vencer tanto na deslocação à República da Irlanda como na receção à Geórgia. À espera de uma surpresa, a Polónia empenhar-se-á em prolongar a senda vitoriosa, até porque os irlandeses estão à espreita – têm menos dois pontos. Destaque para esse encontro entre Polónia e República da Irlanda, definitivamente um dos mais aliciantes da ronda.

Bale na dianteira?

País de Gales. Uma das grandes sensações desta fase de qualificação defenderá a liderança do grupo B nesta última jornada. A talentosa seleção belga encontra-se à espreita, com menos um ponto e as esperanças depositadas num potencial deslize galês na deslocação à Bósnia. Uma vez que, à partida, Bale e companhia não sentirão dificuldade na receção a Andorra, o jogo de Zenica é mesmo a grande esperança dos belgas. Para tirarem partido de um potencial deslize alheio, terão, no entanto, de cumprir com a sua missão. Não se antevê que a Bélgica perca pontos na deslocação a Andorra nem na receção a Israel.

Boas Apostas!