Este domingo o número um mundial precisou de pouco mais de uma hora para conquistar o troféu em Indian Wells. O embalo que Milos Raonic foi ganhando ao longo da semana desfez-se diante Novak Djokovic e assim o sérvio sagrou-se pela quinta vez campeão do torneio californiano, igualando Nadal com vinte e sete títulos em provas da serie Masters 1000. O ano passado venceu seis de nove, portanto e este foi só o primeiro da temporada. Nole está só a aquecer.

Vencer o Masters com uma perna às costas

No domingo, no complexo do Tennis Garden, Novak Djokovic cumpriu as expetativas e sagrou-se pela quinta vez campeão do BNP Paribas Open. Fê-lo pelo terceiro ano consecutivo, batendo na final Milos Raonic, com uns parciais expressivos (6-2, 6-0). Há quem diga que conseguir quebrar o serviço do canadiano é um tremendo trunfo e o número um mundial entrou na partida com dois breaks seguidos. Estavam trinta e muitos graus na tarde da Califórnia e o sérvio não esteve com contemplações. A estratégia passava por não dar tempo ao adversário para se sentir confortável no jogo e Novak foi cem por cento bem-sucedido neste intento. Raonic nunca teve hipótese de aplicar a sua grande arma pela simples razão de Djokovic estar pronto para responder a qualquer pancada. No final o finalista vencido limitou-se a reconhecer que tem que trabalhar mais. O seu melhor, neste momento, não chega para incomodar o líder da hierarquia. Trabalhar mais para no próximo confronto poder ir um pouco mais longe.

Raonic não foi capaz de beliscar a superioridade do número um mundial

Raonic não foi capaz de beliscar a superioridade do número um mundial

Djokovic está só a aquecer

Ao vencer o primeiro Masters 1000 da temporada Novak Djokovic iguala a marca de Rafael Nadal, com vinte e sete títulos conquistados em torneios desta série. Mas ao contrário do espanhol. Que não vence um Masters há quase dois anos – em Madrid, frente a Nishikori – ao que tudo indica o sérvio está apenas a começar a contagem para 2016. E se for algo de semelhante ao que se viu na época passada, em que se sagrou campeão em seis dos nove eventos, tem tudo para esticar o recorde para longe.

Quem desafia Djokovic?

Em 2015 Novak conquistou os Masters de Indian Wells, Miami, Monte Carlo, Roma, Shanghai, Paris e que se somaram as Finais de Londres e três provas do Grand Slam – Open da Austrália, Wimbledon e Open dos Estados Unidos. Como será desta vez? Na Califórnia não teve a concorrência de Roger Federer. O suíço já anunciou o regresso mais cedo à competição e que irá competir em Miami. Mas voltar de lesão diretamente para um torneio desta dimensão não deve permitir ambições de travar o sérvio. Andy Murray deve estar a treinar como um possesso, depois da fraca figura que deixou em Indian Wells. O número dois mundial tem obrigação de dar mais. Stan Wawrinka é o joker: sabemos que ele pode vencer qualquer um num dia inspirado. Só que nunca ninguém sabe que versão vai entrar em court. Como se percebeu na semifinal, Rafael Nadal deu outra conta de si mesmo no confronto com o antigo rival. Foi bastante mais renhida a batalha do que a que vimos em Doha, logo no início do ano. Mas ainda não está capaz de quebrar o momento do sérvio. Convenhamos, é o máximo a que qualquer tenista do circuito atual pode ambicionar: incomodar e batê-lo num encontro pontual. O seu domínio na modalidade não está minimamente em causa.