O Sporting voltou a perder pontos, em casa, com o Tondela de Petit e vê Benfica e FC Porto escaparem-se no topo da tabela da Liga NOS. Os azuis e brancos ultrapassaram o Arouca sem grandes problemas, enquanto o Benfica foi até ao Restelo fazer uma das melhores exibições da temporada. O ónus da semana cai todo sobre Jorge Jesus, obrigado a conseguir dar a volta ao rumo que esta época está a tomar no reino do leão.

O Senhor Consistência

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Mitroglou voou para o golo

Rui Vitória vai continuando a juntar as peças para fazer do seu Benfica um dos conjuntos mais consistentes dos últimos anos, em Portugal. O trabalho do processo ofensivo e a sua conjugação com o momento defensivo, ambos bastante apurados, tornam os encarnados num favorito claro a seguir no primeiro lugar. Toda essa qualidade ficou bastante evidente na partida frente ao Belenenses, com os encarnados a ignorarem, uma vez mais, qualquer efeito de desgaste que as provas europeias podem ter.

Mitroglou marcou o primeiro golo, de cabeça, na primeira parte, com Grimaldo a ser o responsável do segundo tento, numa jogada que demonstra bem o processo dos encarnados. A equipa recupera a bola no momento da transição do adversário e aproveita o seu lado mais desprotegido para penetrar na área e encontrar espaço para o remate. Uma vitória tranquila, num fim-de-semana em que um dos seus rivais perdeu pontos, a dizer muito daquilo que o Benfica ainda pode vir a ser este ano.

As dificuldades previstas

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Sporting não ultrapassou Tondela

O técnico do Sporting tinha previsto todas as dificuldades que a sua equipa iria sentir na receção ao Tondela. No ano passado, Petit já tinha conseguido, por duas vezes, roubar pontos ao Sporting e a sua capacidade para travar a dinâmica ofensiva das equipas de Jorge Jesus é reconhecida. Talvez por isso mesmo tenho soado estranho não ver um Sporting mais impositivo desde o apito inicial. A equipa verde e branca vive momentos de alguma apreensão, sobretudo porque perdeu dinâmicas a nível defensivo e, ofensivamente, é hoje um conjunto muito mais previsível. Ao mesmo tempo, as lacunas que a equipa apresenta denotam maiores dificuldades para ser ultrapassadas com a crescente sensação de que o plantel do Sporting não tem todos os lugares cobertos por boas opções.

A incapacidade para marcar levou a que o Tondela, sobretudo no segundo tempo, começasse a desenhar mais jogadas de transição ofensiva, com os seus avançados muito rápidos a criar condições para surpreender. Isso acabou por acontecer, mesmo, ao minuto 74 quando John Murillo finalizou uma jogada de contra-ataque. O Sporting nunca conseguiu, mesmo a perder, demonstrar a sua superioridade no jogo, conseguindo um golo que significa um ponto – um mal menor – por intermédio de Campbell, na última jogada do encontro.

Jogadores à Porto

O discurso do técnico do FC Porto vem-se focando bastante na questão da atitude e da construção de jogadores “à Porto”, no entanto, é na sua dinâmica ofensiva que a equipa vai conseguindo ganhar jogos e recuperar confiança. Aproveitando as fragilidades de um Arouca que parece estar a anos-luz da temporada passada, os Dragões chegaram à vantagem com dois golos de André Silva. A presença de Corona no onze titular permitiu, também, melhor aproveitamento do espaço do campo, ideia reforçada com a entrada de Brahimi no decorrer da segunda parte. A equipa de Nuno Espírito Santo fica mais imprevisível e, logo, melhor, quando tem os seus jogadores mais talentosos em campo. E se, em alguns momentos, isso se pode tornar exasperante, noutros, como no caso do golo do argelino, fica bem claro que justifica o valor pago pelo bilhete.

Boas Apostas!