Áustria e Hungria defrontam-se na jornada inaugural do grupo F do Euro 2016, nações próximas geograficamente e intimamente ligadas do ponto de vista histórico. Comandada por Marcel Koller, a equipa austríaca disputa uma fase final de um campeonato da Europa pela segunda vez na sua história.

O percurso da Áustria durante a fase de qualificação impõe respeito, dado que estamos a falar de uma seleção que conquistou 28 pontos em 30 possíveis, num grupo onde também estavam Rússia e Suécia. Foi a primeira vez que a “Wunderteam” assegurou uma vaga na fase final por mérito do ponto de vista desportivo, dado que em 2008 foi co-organizadora do certame juntamente com a Suíça. Em 10 jogos, a Suécia foi a única seleção que tirou pontos aos austríacos, cortesia de um empate (1-1) logo na jornada inaugural.

Voar para os oitavos

AlabaO sorteio da fase final encarregou-se de agrupar a seleção austríaca com Portugal, Islândia e Hungria. Com uma equipa superior à que disputou o campeonato da Europa em 2008, a Áustria ambiciona fazer melhor que o terceiro posto que assegurou na altura e voar para os oitavos-de-final, objetivo que aparentemente está ao alcance desta equipa. Naquele que é, em teoria, o grupo mais acessível da fase final do campeonato da Europa, a seleção austríaca surge logo a seguir à congénere portuguesa numa escala que atenta na qualidade das equipas. Os resultados na fase de qualificação alertam para a qualidade da equipa, até porque só a Inglaterra foi capaz de pontuar mais (30/30).

Escalonada em 4-2-3-1, a Áustria de Marcel Koller é uma equipa forte do ponto de vista coletivo, composta por jogadores que disputam os principais campeonatos da Europa. É no meio-campo – setor mais forte no esquema de Koller – que reside o jogador mais talentoso desta seleção: David Alaba. O jogador do Bayern de Munique sente-se cómodo no meio-campo e assume as funções de “8”, posicionando-se entre Baumgartlinger e Junuzovic e gozando de alguma liberdade, ajudando o médio do Mainz em termos defensivos e envolvendo-se na manobra ofensiva juntamente com Junuzovic, jogador que costuma ser importante no apoio ao ataque ao austríaco. Desengane-se, no entanto, quem crê que todo o virtuosismo individual desta equipa reside nos pés de David Alaba. No ataque, Arnautovic é figura de proa, jogador que rubricou uma boa época ao serviço do Stoke e provavelmente atuará a partir do flanco esquerdo. Fisicamente forte, rápido e com qualidade no capítulo da finalização, Arnautovic é um elemento muito importante no apoio a Marc Janko, jogador que já passou pelo FC Porto e assume o papel de “homem de área”, na tentativa fazer valer a sua dimensão física na luta com os centrais contrários. No flanco direito, há duas opções interessantes: Harnik e Marcel Sabitzer, embora o primeiro parta na “pole” no que toca à questão da titularidade.

A defesa é, provavelmente, o setor mais débil da equipa de Koller. Embora prima pela rigidez em termos posicionais, a seleção austríaca revela muitas dificuldades no duelo com equipas que disponham de elementos rápidos no ataque. No eixo, Prodl e Dragovic deverão ser os eleitos, centrais que valem sobretudo por aquilo que oferecem no jogo aéreo. Fuchs, campeão pelo Leicester, é o elemento mais virtuoso da defesa austríaca. É frequente vê-lo envolver-se na manobra ofensivo, mas a capacidade de recuperação que apresenta, juntamente com a solidariedade de Baumgartlinger na proteção do espaço que deixa nas costas, não deverão dar azo a grandes problemas pela esquerda do ataque. Do lado contrário, Klein, presumível titular, dá bem mais razões para preocupação até porque apresenta dificuldades no 1×1 defensivo.

Desde que assegurou a qualificação para a fase final do campeonato da Europa, a seleção austríaca disputou quatro encontros amigáveis. Venceu Albânia (2-1) e Malta (1-2), mas saiu derrotado dos compromissos com a Turquia (2-1) e a Holanda (2-1).

Boas Apostas!