Num fim-de-semana de expetativa para Benfica e FC Porto, ambas as equipas ultrapassaram, sem problemas, os seus adversários na Primeira Liga. A verdade é que o confronto entre os dois, no próximo domingo, já povoou o discurso desta jornada, até porque ambos seguem para a última jornada da Liga dos Campeões, a meio da semana, com a sua situação resolvida – o Benfica já não está na corrida para nenhum objetivo europeu, o FC Porto já tem garantido o primeiro lugar.

Benfica ultrapassa Belenenses sem golos

Talisca Benfica

Talisca voltará ao passado?

A clara supremacia dos encarnados no dérbi lisboeta só se materializou na segunda parte, mas foi claro que, sem Miguel Rosa e Deyverson, os grandes responsáveis pela quase generalidade dos golos marcados pelo Belenenses na presente edição da Liga, o Belenenses dificilmente encontraria o caminho para o golo no Estádio da Luz. Jorge Jesus até poderá estar certo ao dizer que o melhor Belenenses acabaria por perder neste encontro, mas o tipo de dificuldades que o Benfica poderia encontrar seriam, sem dúvidas, bem mais elevadas.

O Benfica só chegou ao golo quando Talisca saiu da partida para dar o seu lugar a Lima. Nas últimas semanas tem havido bastante discussão sobre a arrumação tática do Benfica e o papel que Talisca tem na equipa, como médio ou avançado. Sendo certo que o que tem vindo a ser pedido ao baiano no decorrer da época é uma presença mais adiantada no terreno, entre as linhas defensivas do adversário, mas Talisca não consegue corresponder do mesmo modo. Ou seja, Talisca pode estar a jogar como um avançado, mas parece longe de conseguir pensar como um, sobretudo depois das defesas terem identificado as suas movimentações preferidas.

Em momento de vitória, ficou a dúvida lançada sobre os analistas da equipa encarnada. O Benfica parece, agora, mais forte com Lima em campo, acompanhando Jonas na frente de ataque, confirmando a ideia de que Lima precisa de companhia para se destacar. Mas haverá sempre a hipótese de ver o Benfica aparecer no Dragão com o Talisca-médio, o jogador que parte de uma posição mais recuada para ocupar os terrenos que Jesus vê como centrais na leitura ofensiva da sua equipa. Dentro do conservadorismo do treinador português, esta poderá ser a resposta a esperar.

O Porto nem sentiu cócegas

jmartinez

Jackson tem golo

Aos treze minutos, o Porto estava na frente. Antes da meia-hora, a vantagem já se tinha adiantado para dois golos. Em ambos estava inscrito o nome de Jackson Martínez, que chega a uma semana do clássico na melhor forma da temporada, com a confiança bem em alta. Visitar Coimbra, tem sido, este ano, um passeio para a generalidade dos concorrentes da Primeira Liga. Paulo Sérgio não tem sido capaz de criar dificuldades a quem o visita e começa, justamente, a ser contestado pelos adeptos estudantis. Lopetegui, por sua parte, tomou tudo isso em conta e aproveitou-o a seu favor.

Os Dragões viajaram sem Casemiro e puderam ver Rúben Neves voltar a exibir-se a grande nível como pivô do meio-campo. A marcha do marcador permitiu algum descanso a Danilo e a Jackson Martínez que deverão prolongar a pausa na jornada europeia, sendo de esperar que Julen Lopetegui promova uma pequena revolução no seu onze, de maneira a também premiar um conjunto de jogadores que tem estado afastado das suas principais opções, apesar de haver noticias do seu bom trabalho no treino. Com o avolumar de encontros, o treinador espanhol percebeu que é preciso escolher a ocasião para premiar o esforço dos seus atletas, mantendo um onze mais utilizado e chamando outros jogadores em partidas de menor interesse competitivo ou em situações de impossibilidade dos titulares.

O FC Porto demorou a encontrar a melhor dinâmica em jogo, mas a verdade é que o seu rumo estava inscrito no trabalho de Julen Lopetegui desde o primeiro dia. Em semana de clássico, o espanhol sabe que o verdadeiro teste está aqui. Se o vencer, salta para o primeiro lugar. Com mais de metade do campeonato por disputar e muitas cartas a dar.