Quatro golos sem resposta do Bayern Munique ao Barcelona, quatro golos do Borussia Dortmund contra um do Real Madrid. Na primeira mão das meias-finais da Liga dos Campeões, as equipas alemãs deram uma lição histórica às suas congéneres espanholas. Parece restar muito pouco o que decidir na próxima semana, quando as eliminatórias se fecharem com os jogos disputados em Espanha.
Borussia Dortmund e a força da juventude
Marco Reus, de 23 anos, e Mario Gotze, de 20 anos, foram as principais figuras da destruição de todos os equilíbrios a meio-campo num jogo em que Robert Lewandowski entra para a história. Pela primeira vez, um jogador marcou quatro golos ao Real Madrid num jogo das competições europeis. Mais, fê-lo nas meias-finais da Liga dos Campeões. Pela velocidade, pela resistência física, pela forma como anularam Xabi Alonso e Cristiano Ronaldo, os alemães merecem este resultado, que não espelha a diferença entre as duas equipas, mas marca, definitivamente, quem merece continuar na Liga dos Campeões.
4 é a conta de Lewandowski
A defesa do Real Madrid fica também muito mal na história deste jogo. Pepe e Varane nunca conseguiram acertar com a marcação a Lewandowski, Sérgio Ramos não conseguiu oferecer mais do que a sua impetuosidade, restando Fábio Coentrão, que deu algumas oportunidades para tentar sair a jogar, mas não terá compensado como devia defensivamente. A pressão alemã também nunca permitiu que o Real respirasse, deixando-o fora do jogo durante grande parte da partida. Mesmo apesar da má exibição, o Real sai deste jogo a pensar que pode ainda recuperar. Será muito complicado, mas da mesma forma como o Real sai vergado à força do Borussia, o mesmo poderá acontecer no Santiago Bernabéu.
Quando ao conjunto de Jurgen Klopp, lição estudada ao pormenor e, sobretudo, uma superação física impressionante do seu adversário. Em Dortmund vivem alguns jogadores que farão as manchetes das grandes transferências do futuro. Gotze está a caminho do Bayern Munique, Lewandowski, Reus, Gundogan, Hummels são todos nomes com grande procura entre os mais poderosos clubes da Europa. Hoje, juntos, cumpriram mais uma etapa que gravarão a ouro na sua memória. Venceram por 4-1 um conjunto que o mundo inteiro via como favorito.
Para a história do jogo ficam então registados os golos de Lewandowski. Aos 8’, aos 50’, 55’ e 60’. Pelo meio, o golo de Cristiano Ronaldo, aos 43’. Aquilo que na noite infernal de Dortmund justifica uma pequena esperança para o Real Madrid no seu regresso a Espanha.
Barcelona no fim da história?
Muller esteve em todos os golos da noite
Todas as grandes equipas encontraram, ao longo da história, jogos que marcaram o fim de um reinado. O Barcelona pode ter vivido esse momento, ontem, em Munique, de onde saiu derrotado por um pesado 4-0. Pior do que o resultado, que deixa a equipa catalã praticamente arredada da final, foi a atitude demonstrada pelos jogadores de Tito Vilanova. Com Lionel Messi claramente inferiorizado – a condição física permitia jogar mas, não, no nível mínimo daquilo a que nos habituou -, todo o conjunto se afundou no pesado relvado da Allianz Arena.
Em momento algum o Barcelona se mostrou capaz de discutir o resultado com o Bayern. O festival de golos começou aos 25 minutos, quando Dante saltou mais alto na área do Barcelona e Thomas Muller apareceu no segundo poste para marcar o primeiro. Era um bom resultado ao intervalo, mas nada fazia prever o que se seguiria. Aos 49 minutos, de novo um alemão, desta vez Thomas Muller, a saltar mais alto na área, deixando Mário Gómez totalmente livre para empurrar para o 2-0. Mesmo a vencer, foi Jupp Heynckes quem mexeu primeiro, colocando Luiz Gustavo no lugar de Gómez, fechando mais no seu meio-campo. Tito Vilanova, esperava para ver.
E o que viu foi o Bayern aumentar a vantagem para números históricos. Aos 73 minutos, Robben ultrapassou Jordi Alba, que acabou estorvado por Muller, e rematou para o fundo das redes. Aos 82 minutos, Alaba centrou da esquerda e Muller finalizou para o 4-0. Incrível! O Allianz Arena fazia a festa e só após quatro golos sofridos Vilanova fez entrar Villa para o lugar de Pedro, sem quaisquer efeitos, numa equipa totalmente destroçada. Um resultado inesperado a favor do Bayern Munique, que deixa os alemães com pé e meio na final de Londres.
