Novak_Djokovic_terraDe há dois anos para cá quem ninguém questiona: Novak Djokovic é a força dominante do ténis mundial atual, um passo à frente de toda a concorrência. Há até quem o considere o melhor de sempre. A verdade é que durante anos o sérvio viveu sob a sombra de Federer e Nadal mas com o Rei da terra batida fora de forma este pode ser o ano dele. Pela primeira vez em dez anos aceitam-se candidatos à vitória de Roland Garros e Djokovic está na linha da frente.

O trio maravilha

Roger Federer, Rafael Nadal e Novak Djokovic são três talentos portentosos, cada um com o seu estilo muito próprio. Eu sempre achei que, para além das qualidades e capacidades de cada um, o trio beneficiou dessa rivalidade saudável que se foi desenvolvendo entre eles. Por mais extraordinários que sejam, todos tiveram “aquele” adversário que serviu de termo de comparação e desafio a que se superem. De certa forma Federer e Nadal foram isso um para o outro durante um período mais alargado. E, às vezes, parece que falta ao sérvio essa pressão porque os outros dois passam ou passaram por fases de declínio e não conseguem acompanhá-lo.

Um lugar na história

Há uma discussão recorrente sobre quem será o melhor de todos os tempos e cada adepto tem a sua convicção. Certo é que Djokovic, apesar do domínio evidenciado nos últimos dois anos, continua ofuscado pelas duas presenças, pelo menos no que respeita a recordes e aos números que a história da modalidade vai imortalizar. O suíço acumula os títulos com a longevidade. Tem o maior número de troféus em torneios do Grand Slam (17), já ultrapassou as mil vitórias no circuito ATP, conquistou os quatro Majors, a Taça Davis e uma medalha olímpica de prata. O espanhol foi estabelecendo também as suas marcas: catorze títulos do Grand Slam, o primeiro da era Open a completar um Clay Slam (Roland Garros e os Masters de Madrid, Roma e Monte Carlo), o segundo na história do ténis masculino a fazer um Golden Career Slam (os quatro grandes mais o ouro nos Jogos Olímpicos), o único a vencer por nove vezes o mesmo torneio do Grand Slam, no Open da França, e por aí em diante. A Nole ainda falta esse palmarés que estica os limites antes conhecidos, o que, se se conseguir manter livre de lesões vai, certamente, alcançar. E pode começar já em 2015.

Sem Nadal tudo é possível

Novak não facilitou. Ao fim de quatro meses já conquistou os principais torneios do circuito – o Open da Austrália e os Masters de Indian Wells e Miami. Agora que está prestes a iniciar-se a temporada de terra batida há muito mais que pontos a defender para manter a posição de número um do mundo. Pela primeira vez na última década não há um vencedor antecipado de Roland Garros e aceitam-se candidatos. Da forma como as coisas estão Djokovic é o primeiro na fila para o conseguir. Se vencer o Major francês, o único que até agora lhe tem escapado, completa o seu Grand Slam de Carreira – campeão em Melbourne, Paris, Londres e Nova Iorque. E pode também tornar-se o segundo homem, depois que Rod Laver o fez em 69, a ganhar os quatro Majors na mesma época. Um já está no papo, faltam os outros três.