Patriots e Steelers lutam este domingo em Foxborough pelo título da Conferência Americana e a correspondente presença no Super Bowl. Sabendo como Belichick está sempre um passo à frente ele viu este embate a alinhar-se e já deve estar a planear como bater Pittsburgh há semanas. Será o confronto entre o sistema coletivo quase perfeito e a ameaça dos três B’s – Ben, Brown e Bell. Divulgar o vídeo do balneário pode ter sido o combustível perfeito para alimentar a máquina demolidora de New England.
O todo é mais forte que a soma das partes
Os New England Patriots têm vantagem caseira por terem sido a melhor equipa da AFC durante a época regular (14-2). E isso é um trunfo tanto para esta equipa. Ainda assim, quando perguntaram a Bill Belichick se jogar em casa beneficiaria os Patriots, ele mandou os jornalistas perguntar a Cowboys e Chiefs. Sabendo como funciona a cabeça do treinador principal de New England, só a preparação mais exigente dá vantagem e ele é famoso por ser a mente mais brilhante desta modalidade, na sua capacidade extraordinária de processar a informação fundamental. Se muitos, ao longo da época, foram antecipando estes duelo como aquele que decidiria a Conferência Americana também o líder dos Patriots viu as fortes probabilidades disso acontecer. E certamente que já está há semanas a pensar no que precisa fazer quando esse momento chegar.
O mérito de Belichick é a preparação, o olho para os detalhes e coletivo que se sobrepõe aos talentos individuais.
Aos trinta e nove anos Tom Brady está a jogar uma das suas melhores temporadas de sempre, e este é um quarterback que teve muitos momentos altos. No fim de semana passada ele foi muito massacrado por Jadeveon Clowney e a idade já não ajuda À recuperação física. É possível que ainda esteja dorido. Mas embora ele seja determinante o seu protagonismo advém de ser o perfeito líder dentro de campo do sistema quase perfeito que sustenta New England. E a inteligência e experiência acumulada fazem milagres no momento de superar o desgaste físico.
A defesa dos Patriots não é a mais espetacular mas consegue minimizar as suas fragilidades ao ponto de chegar a esta altura da temporada como aquele que menos pontos permitiu aos adversários. A vitória sobre Houston (34-16) foi mais sofrida do que o marcador indica. Não porque o desfecho alguma vez tenha estado em causa mas porque a primeira linha defensiva dos Texans funciona de modo a infringir medo e dor.
O espetáculo de Le’Veon Bell e companhia
Divulgar o vídeo do balneário no final do encontro com os Chiefs (18-16) foi um erro que pode sair muito caro aos Pittsburgh Steelers. Antonio Brown pediu desculpas pelo ato, que funcionou como distração para a equipa. Os palavrões de Tomlin a atacar os próximos adversários são o de menos. Todos sabemos que é uma forma comum das equipas se motivarem. Mas este vídeo pode e vai funcionar como motivação para os Patriots, que entraram no jogo determinados a fazer os Steelers engolir essas palavras.
Os Steelers sabem que a deslocação a Foxborough é suficientemente complicada e cutucar a onça não vai ajudar em nada. A equipa de Pittsburgh aposta na tripla ameaça de B’s – Ben Roethlisberger, Le’Veon Bell e Antonio Brown – para contrariar o favoritismo da formação da casa. A ronda das divisões foi muito desgastante para os Steelers, obrigados a conquistar terreno palmo a palmo a uma grande defesa. Foi um jogo de paciência, também, talvez não o forte deste Steelers. E talvez por isso Big Ben não tenha tido uma exibição de encher o olho. Não é possível anular em simultâneo Bell e Brown mas pode-se ir limitando a sua ação mantendo-os fora de campo.
New England venceu os três últimos confrontos com Pittsburgh e nem nos vamos debruçar sobre o duelo de outubro passado porque os Steelers foram a jogo com Landry Jones, devido a lesão de Roethlisberger. Há onze anos as duas equipas disputaram o título da Conferência, em Heinz Field, e foram os Patriots a seguir em frente.
