A seleção da Rússia saiu da primeira jornada com um excelente resultado, conseguindo empatar com a Inglaterra, conjunto considerado como favorito para vencer o Grupo B, mas a sua atuação durante os noventa minutos revelou muitos mais problemas do que soluções para vir a fazer uma caminhada longa nesta prova. Leonid Slutsky acabou por ficar debaixo de fogo, tendo em conta algumas das suas opções táticas para esta partida, descaracterizando aquilo que poderia ser a melhor proposta para voltarmos a ver uma Rússia dominante nesta prova. Mas nada está perdido, ainda.

Aguentar a pressão ofensiva

Arrumando a sua equipa num 4-4-2 enquanto não tinha a bola, Leonid Slutsky pretendia criar problemas para os jogadores ingleses, “apertando” o espaço entre linhas sempre que estes avançam após a primeira corrente de quatro jogadores. No entanto, a pressão ofensiva dos russos obrigava, tantas vezes, a equipa russa a descer linhas que os seus jogadores apareceram, demasiadas vezes, muito juntos, o que servindo para fechar as penetrações dos ingleses, muito atrapalhavam os momentos de transição da equipa.

RussiaXI

Posicionamento médio dos russos na primeira partida

Foi, por isso, uma equipa que, em termos médios, pareceu ter quase uma só linha de jogadores entre os defesas e os médios, com o seu posicionamento médio a ser uma dispersão em largura, sem se entender bem como a equipa conseguia, a partir deste ponto, ir à procura de espaços para criar problemas aos ingleses.

Quando detinha a bola, a equipa russa sentir sempre algumas dificuldades para conseguir organizar o seu ataque, até porque os seus elementos mais criativos pareciam presos aos seus espaços, sem deterem liberdade para exercer a prática de jogo que os distingue ao serviço dos seus clubes. Dzyuba, como autêntico farol imposto entre o mar defensivo inglês, era procura de uma forma também pouco natural, tendo em conta que é um elemento com maior capacidade para surgir em espaços de finalização ou, então, com terreno para percorrer, usando a sua capacidade física.

Os extremos na prisão

Smolov e Kokorin acabaram por ser os jogadores mais prejudicados pela desorganização da sua equipa. Falando-se na atitude excessivamente recuada em termos defensivos, caberia aos dois jogadores terem um papel grande na forma de procurar a saída de bola para o ataque em transição. No entanto, estavam sempre demasiado recuados e sem que os seus companheiros de equipa os procurassem como resposta. A opção natural pelos passes longo, muitos deles a partir da própria área, também deixavam os jogadores mais criativos sem chão para abordar o jogo, algo que foi muito notado durante os noventa minutos.

A esperança está em jogo

Dzyuba Rússia

Dzyuba em dificuldades

Leonid Slutsky parece ter cometido o erro de principiante mais comum. Depois de ter conseguido colocar a sua equipa a jogar um futebol mais funcional e com resultados de sucesso, no primeiro encontro de uma grande competição, deu o passo atrás, para não correr tantos riscos. O ter sido salvo por Vassili Berezutski não lhe justifica a artimanha, tanto que depois de ter passado parte do jogo em busca de passes longos, foi em construção que acabou por conseguir fazer o golo.

Perante a Eslováquia, o desafio passará por conseguir impor-se territorialmente perante um adversário que, detendo menor dose de talento que os russos, atuarão com a pressão de precisarem de pontos, de maneira a não deixar as decisões para o último jogo, quando defrontarem a Inglaterra. Esse facto acabará por dar mais espaço para que a Rússia possa, ao segundo jogo, permitir que o seu melhor futebol apareça no Euro.

Boas Apostas!