Burnley, Middlesbrough e Hull City são os recém-promovidos ao escalão principal de Inglaterra. Os dois primeiros com passagem automática, enquanto primeiro e segundo classificados do Championship, o terceiro via play-off. O objetivo principal de um clube que ascende à Premier League é evitar o sobe e desde mas quais são as chances reais de cada um destes candidatos à manutenção? Comecemos pelos Clarets.

O destino mais comum de um clube que sobe ao primeiro escalão é o regresso à divisão secundária na época seguinte. É a ordem natural das coisas. O Championship é considerado um campeonato particularmente competitivo mas o nível da concorrência na Premier League é muito elevado. As dificuldades começam na diferença de recursos e prolongam-se na falta de experiência. Os recém-promovidos têm que se manter grande disciplina na gestão dos gastos e expetativas, mesmo antes de embarcarem na competição propriamente dita. Há casos de sucesso, basta lembrar o exemplo do Leicester que em três anos foi de candidato à despromoção a campeão inglês.

Burnley ambicioso mas sem perder a cabeça

Por pouco o Burnley não conseguiu a manutenção em 2014/15 e espera aproveitar a experiência para se manter à tona.

Por pouco o Burnley não conseguiu a manutenção em 2014/15 e espera tirar partido da experiência para se manter à tona.

O Burnley regressa à Premier League pela terceira vez em oito anos. Para tentar alcançar o objetivo que escapou nas tentativas anteriores: a manutenção. Na temporada de 2014/15 a equipa orientada por Sean Dyche fez uma campanha muito meritória mas acabou suplantada no último terço da época pelo Licester. Regressou ao Championship e houve quem pensasse que essa desilusão de quebrar no trecho final ia deitar o clube abaixo e tão cedo não voltaríamos a ouvir falar dele neste vaivém das subidas e descidas. Mas os Clarets deram uma prova de personalidade e cá estão de volta, na qualidade de campeões da segunda liga inglesa. Desde o início do ano o Burnley só registou uma derrota, frente ao Arsenal numa eliminatória da Taça de Inglaterra, e somou vinte e três jornadas consecutivas no Championship sem derrotas.

Experiência acumulada

O conjunto de Dyche já tinha impressionado na sua passagem anterior pela primeira divisão. É uma equipa aguerrida e trabalhadora, à imagem do seu treinador. Um homem que exige muito mas também está aberto a pensar fora da caixa e tentar surpreender. No Championship alinhava com dois homens mais adiantados e a dupla Sam Vokes/ Andre Gray foi o trunfo pra a vitória do campeonato. Resta saber se Dyche tem a ousadia se ir para a Liga Inglesa jogar com dois avançados.

Jon Falangan chega por empréstimo dos Reds e será importante a sua experiência dos grandes jogos.

Jon Falangan chega por empréstimo dos Reds e será importante a sua experiência dos grandes jogos.

O Burnley tem, de longe, o orçamento mais modesto das equipas que alinham na Premier League e o clube gaba-se de manter uma gestão muito criteriosa, com fortes restrições orçamentais. Aqui não se sonha com o que não se pode ter e todos estão de acordo com as regras. Até agora os Clarets só gastaram pouco mais de quatro milhões de euros. As duas contratações, que exigiram investimento, tiveram ambas origem no Charlton Athletic: Nick Pope, guarda-redes de vinte e quatro anos e o internacional islandês, Johann Gudmundsson. Jon Flanegan, cedido pelo Liverpool, é reforço para a lateral direita. Ao que parece o inglês vai precisar de algum tempo para ganhar ritmo competitivo já que praticamente não foi utilizado pelos Reds na pré-temporada. Mas Dyche salienta a importância para o balneário de ter um elemento com experiência nos grandes jogos.

Dos três que sobem O Burnley parece o mais forte candidato a agarrar o lugar. Pela experiência recente, tanto dos jogadores como da equipa técnica, e pela estabilidade do projeto.

Boas Apostas!