A FIBA Europa tem a clara intenção de passar a ser a organizadora das grandes provas do basquetebol europeu e, nesse sentido, fundou a Basketball Champions League, uma prova na qual se associa a várias ligas europeias para combater a Euroleague, que para além da prova com o mesmo nome, organiza ainda a Eurocup. O resultado deste esforço é uma prova que, para já, parece trazer um nível competitivo superior à FIBA Europe Cup, criando assim, quatro níveis competitivos na Europa.

As equipas portuguesas entram nesta Basketball Champions League na pré-eliminatória, em busca das oito vagas ainda em aberto nos grupos. Os adversários são de respeito, mas com plantéis reforçados, FC Porto e SL Benfica alimentam a esperança de conseguir entrar numa prova que os colocará perante um nível de exigência bastante alto. Caso não consigam ultrapassar os respetivos adversários nesta ronda de qualificação, seguirão a temporada na FIBA Europe Cup.

Campeão nacional com hipóteses de apuramento

Não há comparação com o nível de basquetebol praticado em Portugal e na Lituânia. Mas, perante o Juventus Utena, o FC Porto tem algumas hipóteses de apuramento para a fase de grupos da Champions League. Sonhos demasiado altos? Tentamos ir à procura da realidade de uma equipa que, no ano passado, ficou mais perto dos dois gigantes da Liga lituana, o Zalgiris Kaunas e o Lietuvos Rytas. Desde que subiu à divisão máxima, o Juventus Utena apenas falhou o playoff uma vez, em 2011-12, sendo que nos últimos dois voltou a atingir as meias-finais da LKL.

A equipa é orientada pelo experiente Antanas Sireika, que tem no seu currículo passagens pelo Zalgiris Kaunas, Lietuvos Rytas e Unics Kazan. Depois de ter passado pelo Japão, regressou ao país natal em 2015, onde assegura a integração europeia do Juventus.

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Jamar Diggs é o elemento mais perigoso do Juventus

À imagem do que costumam ser os plantéis na Liga lituana, o Juventus tem um grupo onde apresenta três estrangeiros, todos acabados de chegar. Aliás, a equipa apresenta apenas um jogador que estava no plantel o ano passado, o que pode ser um fator a aproveitar pelos Dragões. Jamar Diggs, o base norte-americano, é o estrangeiro mais experiente da equipa, com passagens pelo Chipre, Polónia e Roménia, enquanto Aaron Best e Spencer Parker são oriundos da NCAA, fazendo a sua estreia enquanto profissionais.

Com uma rotação pequena, mais uma média de alturas elevadas, a equipa da Juventus tem pontos fortes no base Vytautas Suiskis, no extremo Gytis Sirutavicius e nos interiores Arminas Urbutis e Vaidas Cepukaitis, todos jogadores que criarão muitas dificuldades aos jogadores do FC Porto.

Jogar contra a história

O Varese é um dos grandes nomes do basquetebol europeu, sendo que a sua história apresenta nada menos do que cinco títulos da Taça dos Campeões Europeus, três Taças Intercontinentais e dez títulos italianos. Esta conjugação de vitórias foi toda alcançada ainda no Século XX, com a equipa a perder protagonismo depois do ano 2000. No entanto, a Liga italiana de basquetebol continua a ter um poderio que nada tem que ver com o basquetebol português. Por isso mesmo, o Benfica pode queixar-se um pouco da sorte nesta ronda de qualificação, sendo que, em pré-temporada, acreditará que o desnível estará um pouco esbatido.

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Luca Campani, uma das muitas forças do Varese

Depois de ter alcançado a final da FIBA Europe Cup no ano passado, o técnico Paolo Moretti pretende continuar a evoluir e, mesmo tendo perdido os seus três jogadores mais importantes, Brandon Davies, Maalik Wayns e Rihards Kuksiks, reforçou-se no mercado para voltar a conseguir fazer grandes resultados na Europa e na Itália.

O extremo-poste Luca Campani é o elemento que se manterá próximo do cinco mais utilizado, à imagem da temporada transacta. Entre as novidades, Eric Maynor e Melvin Johnson asseguram a organização do jogo, com Aleksa Avramovic a completar a rotação entre bases. Christian Eyenga será um 3 de luxo no panorama europeu, numa posição onde se mantém também o estónio Kristjan Kangur, enquanto O.D. Anosike e Noverl Pelle são os reforços para o jogo interior.

A Liga italiana ainda não começou, tal como a portuguesa, e algum desconhecimento sobre o Benfica, algo que o treinador italiano sublinhou, poderá ajudar os homens de Carlos Lisboa a entrar melhor na partida que jogam em casa. Mas o nível dos nomes apresentados pelo conjunto adversário reflete uma galáxia completamente diferente daquela que estamos habituados a conviver em Portugal.

Boas Apostas!