Brasil – Honduras (Jogos Olímpicos 2016)
Uma das meias-finais dos Jogos Olímpicos 2016 coloca-nos perante um confronto improvável entre o grande favorito à conquista da medalha de ouro que, no entanto, viveu com enormes dificuldades os primeiros encontros disputados no seu grupo, e uma seleção que poucos esperavam pudesse chegar tão longe, tendo deixado pelo caminho equipas que seriam, elas próprias, fortes candidatas a entrar nas contas da medalhas. Ainda que o favoritismo do brasileiro para este jogo seja inegável, a verdade é que já ninguém pode colocar em causa que as Honduras sejam um perigo para qualquer adversário.
O Brasil vive os Jogos Olímpicos como habitualmente vive o futebol – com a ideia de que domina tudo e com a sofreguidão de não poder ter uma contrariedade. Isso ajuda a explicar a crise nervosa que se apoderou da canarinha nos dois jogos que marcaram a estreia nos Jogos Olímpicos, não conseguindo marcar nem à África do Sul, nem ao Iraque. No entanto, quando foi necessário dar o toque para virar o destino, a equipa orientada por Rogério Micale deu de si e demonstrou, finalmente, as forças que guardava no seu seio. Vencendo por 4-0 frente à Dinamarca, com dois golos de Gabriel Barbosa, um de Gabriel Jesus e outro de Luan, a equipa brasileira garantiu o primeiro lugar do seu grupo, voltando a conseguir uma vitória no encontro dos quartos-de-final, perante a Colômbia, com golos de Neymar e Luan. O jogador do Barcelona, esperado para ser o fator diferenciador desta seleção, nem sempre tem estado à altura dos acontecimentos, mas também tem encontrado sempre marcações muito apertadas e uma dependência da parte da equipa que também não ajuda a dar a melhor resposta. Agora, perante as Honduras e com a pressão já um pouco para trás das costas, só o excesso de confiança poderá tramar a passagem à final.
Onze Provável: Weverton – Zeca, Marquinhos, Rodrigo Caio, Douglas Santos – Walace, Renato Augusto – Gabriel Barbosa, Luan, Gabriel Jesus – Neymar.
As Honduras marcaram posição logo no jogo de abertura, quando ultrapassaram a Argélia por 3-2, ainda que beneficiando bastante da atuação do guarda-redes africano. Era um jogo chave para a prestação hondurenha que, em 2012, já tinha chegado aos quartos-de-final. A derrota perante Portugal deixou a decisão do apuramento para repetir o feito para o jogo perante a Argentina, em que um golo aos 75 minutos, na marcação de uma grande penalidade, por Lozano, deu vantagem à equipa e permitiu até sofrer um golo, tendo em conta que o empate lhe servia os objetivos. Nos quartos-de-final as Honduras encontraram outro velho conhecido, a Coreia do Sul, que vinha de uma medalha de bronze em Londres. Elis, aos 60 minutos, foi o autor do golo decisivo que colocou a sua equipa, pela primeira vez nas história, perante a possibilidade de assegurar uma medalha no torneio de futebol olímpico. Jorge Luís Pinto tem, uma vez mais, um papel fundamental no sucesso do futebol da América Central. Depois de ter levado a Costa Rica ao reconhecimento no Mundial 2014, está intimamente ligado a esta prestação das Honduras que deverá ambicionar levar alguns dos jogadores deste plantel ao Mundial da Rússia em 2018. Mas, antes disso, há uma medalha para conquistar.
Onze Provável: L. Lopez – M. Pereira, J.Palacios, A. Vargas – K. Alvarez, B. Acosta, A. Banegas, Garcia – A. Elis, R. Quioto – A. Lozano.
As duas seleções defrontaram-se nos quartos-de-final dos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012. Nesse encontro, o Brasil venceu por 3-2, com um bis de Leandro Damião e um golo de Neymar, na conversão de uma grande penalidade, enquanto Mário Martinez e Roger Espinoza marcaram para os hondurenhos.
O favoritismo dos brasileiros deverá encontrar forte oposição da parte de um conjunto que tem sido bastante sólido defensivamente e que se impõe nos duelos mais físicos.
