Jack Sock – João Sousa (ATP Masters Madrid)
Pela primeira vez na sua carreira o português João Sousa alcança os oitavos de final de um Masters 1000, ao bater Marcel Granollers. E tem uma oportunidade única para ir ainda mais longe. Não quero insinuar que bater Jack Sock será fácil. O norte-americano de vinte e três anos não é vigésimo sexto do mundo por acaso. Mas é fazível. E se o conseguir o vimaranense entra no top-30, o que além de histórico o colocaria como cabeça de série para Roland Garros e talvez também para Wimbledon.
João Sousa apurou-se esta quarta-feira para os primeiros oitavos de final do Mutua Madrid Open, ao bater em sets diretos o espanhol Marcel Granollers (6-3, 6-3). É um marco histórico já que nunca o tenista português tinha ascendido a este patamar numa prova da série Masters 1000. Aliás, no ténis português só Frederico Gil tinha feito o mesmo, em 2011, em Monte Carlo. Graças a este resultado e só por ele João Sousa já garantiu a melhor classificação de sempre no Ranking ATP. É virtualmente já o trigésimo segundo da hierarquia e se vencer o próximo jogo entra no top-30. Esse lugar no ranking é fundamental para consolidar o estatuto de cabeça de série no Grand Slam que encerra a terra batida e com um pouco de sorte aí pode permitir o mesmo em Wimbledon.
Sousa insistiu em participar no torneio madrileno, apesar dos problemas que sentiu em tempos recentes, primeiro nas costas e depois no pé, e os deuses deram uma mãozinha, retirando Roger Federer do caminho. O Conquistador fez o resto. Na primeira ronda ultrapassou o francês Nicolas Mahut (6-4, 6-4), demonstrando grande força mental nos momentos mais decisivos da partida. E hoje deixou para trás Granollers, de forma categórica. O tenista português esteve em dia claramente sim, naqueles em que faz da sua direita o que bem entende. A percentagem de primeiros serviços podia ter sido um bocadinho melhor (sessenta e seis por cento) mas Sousa compensou bem convertendo sessenta e três por cento dos pontos com o segundo saque. O espanhol esteve uns furos abaixo daquilo que pode fazer, talvez a aposta na modalidade de pares esteja a pesar, mas isso não retira mérito ao esforço do português.
Ainda na antevisão da segunda ronda fazia notar que apesar de estar a cair à primeira na maioria dos torneios em que participou este ano João Sousa tinha as buy cheap cialis online melhores prestações nos eventos de categoria superior. E cá está ele a reforçar essa nota.
Jack Sock precisou de sensivelmente hora e meia para desfazer o sonho de Juan Martin del Potro. O argentino, que está de volta ao circuito depois de um calvário de lesões nos pulsos regressou à Caixa Mágica de Madrid, onde tinha sido semifinalista em 2009 e 2012, ao fim de quatro anos de ausência e até teve resultados importantes no trajeto. Os dois tenistas tiveram prestações muito equilibradas, ideia reforçada pela estatística da percentagem de primeiros serviços (sessenta e oito) e de pontos ganhos com o mesmo (oitenta e quatro para Sock, oitenta e três para Delpo). Mas a margem do norte-americano começa a definir-se no aproveitamento dos segundos serviços (quarenta e seis contra apensa trinta e dois do argentino) e na defesa do serviço. Sock anulou os dois pontos de quebra de saque de que Del Potro dispôs ao longo do encontro e também conseguiu levar a melhor em dois dos três a seu favor.
Na ronda inaugural o vigésimo sexto do ranking ATP eliminou o francês Benoit Paire em três sets (2-6, 6-2, 7-6).
Em 2016 Jack Sock alcançou duas finais mas não levou o troféu em nenhuma delas. Em Auckland viu-se obrigado a abandonar por doença quando já perdia com Roberto Bautista-Agut (6-1, 1-0). Em Houston o carrasco foi Juan Monaco (3-6, 6-3, 7-6), mas aí o tenista dos Estados Unidos estava em condição de vender cara a derrota.
Sousa e Sock nunca se defrontaram antes, será estreia absoluta.
