A principal força da zona CONCACAF quer afirmar-se na Rússia e quebrar com o registo recente: nas últimas seis fases finais de campeonatos do mundo, a seleção mexicana nunca foi além dos “oitavos”. A última presença dos “aztecas” nos quartos de final da competição de seleções mais importante do planeta aconteceu em 1986, ano em que organizou a prova. Com uma lista de eleitos sem grandes surpresas, Juan Carlos Osorio quer responder ao cépticos. A goleada sofrida às mãos do Chile (7-0) na edição centenária da Copa América continua a ser uma “pedra no sapato” para os mexicanos.

Raúl Jiménez, Diego Reyes, Miguel Layún, Héctor Herrera e Jesús Corona são os “portugueses” que vão representar “La Tri” nesta fase final do Mundial 2018.

Qualificação sem problemas

A seleção mexicana confirmou o estatuto de nação de referência da zona CONCACAF na fase de apuramento para este Mundial 2018. Depois de ter vencido o respetivo grupo da primeira fase com oito pontos “à maior” em relação às congénre das Honduras, no grupo final, terminou na liderança com 21 pontos, mais cinco que a Costa Rica. A única derrota averbada pela equipa mexicana na fase de apuramento aconteceu na última ronda diante das Honduras (3-2), altura em que já se encontrava apurada para a fase final da competição.

Forte contingente “luso” e um capitão intemporal

Foto via "Chicago News"

Foto via “Chicago News”

Se atentarmos na lista de eleitos desta seleção mexicana, verificamos que são poucos os nomes desconhecidos do “grande público”. A maioria dos elementos que a compõem já têm experiências em fases finais de grandes competições de seleções ou já atuaram em um dos principais campeonatos europeus. Jesús Gallardo (Pumas) e Edson Álvarez (América) preparam-se para participar na primeira fase final de um campeonato do mundo e representam duas fugas à regra, mas uma coisa é certa: se Juan Carlos Osorio der a oportunidade a estes dois jovens de se estrearem, serão mais duas provas da qualidade que pulula na Liga MX.

Para além dos cinco jogadores contratualmente ligados a FC Porto (4) ou SL Benfica (1), nota para a presença dos irmãos Dos Santos na lista de eleitos (ambos ao serviço do LA Galaxy), para a chamada de Chicharito Hernández (West Ham) e, claro está, para a presença do “eterno capitão” Rafa Márquez, jogador que aos 39 anos se prepara para marcar presença em mais uma fase final. Se for a jogo, Márquez, atualmente ao serviço do Atlas, igualará o recorde de Lothar Matthaus: presença em cinco edições do campeonato do mundo.

Juan Carlos Osorio

Quem treina a seleção mexicana tem que se habituar a “caminhar sobre brasas”. A pressão dos mexicanos é uma constante em relação a uma seleção que, pelo talento individual que reúne, parece ficar sempre aquém das expectativas. Miguel Herrera, último seleccionador, sentiu isso na pele e a situação de Juan Carlos Osorio não é diferente. A goleada sofrida às mãos do Chile (7-0) na edição centenária da Copa América diminui a tolerância em relação à pessoa do técnico colombiano e uma prestação menos boa neste Mundial 2018 poderá ditar a sua saída.

O 1x4x3x3 é o sistema habitualmente privilegiado por Juan Carlos Osorio, mas os últimos ensaios indiciam que o treinador “cafetero” poderá optar por uma abordagem distinta na Rússia, se bem que a presença da Alemanha no grupo não será alheia à adoção de uma estratégia mais conservadora em termos táticos.

Expectativas

As expectativas do povo mexicano são sempre elevadas e os “aztecas” querem superar a barreira dos “oitavos”. No “seu” grupo F, a seleção da Alemanha é a grande favorita a seguir em frente no primeiro posto da tabela. O México é um forte candidato a “segurar” o segundo lugar em detrimento de Suécia e Coreia do Sul, nações que ainda assim também deverão ter uma palavra a dizer.

Boas Apostas!