O Mundial de 1986, no México, fica marcado pelo 2º título da Argentina e pela consagração de Diego Maradona. Para a Argentina conquistar o título teve de eliminar a Bélgica nas meias-finais.

Caminho para o Mundial

A chegada ao Euro 1984 deu-se com alguma notoriedade depois da campanha no Europeu de 1980, onde a Bélgica ficou em 2º lugar, e da fase de apuramento para o Euro 1984. A selecção orientada por Guy Thys alcançou o 1º lugar do grupo. Thys era seleccionador nacional desde 1976 e tinha como objectivo repetir a proeza de 1980.

Em 1984, em França, a sorte não esteve do lado dos belgas que acabaram por ficar no 3º lugar do Grupo 1, constituído por França, Dinamarca e Jugoslávia. 1 vitória e 2 derrotas ditaram o afastamento prematuro da vice-campeã europeia.

Na fase de qualificação para o Mundial de 1986, no México, a Bélgica ficou em 2º lugar no Grupo 1, com Polónia, Albânia e Grécia a serem os seus adversários. Com 3 vitórias, 2 empates e 1 derrota, a selecção dos diabos vermelhos garantiu o acesso ao play-off, onde disputou com a Holanda a última vaga para o Mundial.

A primeira mão realizou-se a 16 de Outubro de 1985, em Bruxelas. Franky Vercauteren apontou o golo que deu a vitória à Bélgica, com um remate forte e colocado.

O derradeiro encontro teve lugar em Roterdão, a 20 de Novembro, com mais de 50 mil adeptos a assistirem à partida. Os golos só surgiram no segundo tempo, primeiro por Peter Houtman, aos 60 minutos, e depois por Rob De Wit, aos 72 minutos. A laranja mecânica vencia por 2-0 e tinha praticamente carimbado o passaporte para o México mas, aos 85 minutos, Georges Grun, que tinha entrado ao intervalo, fez um golo de cabeça para euforia dos adeptos belgas presentes. 2-1 foi o resultado final. Com o golo tardio em Roterdão, a Bélgica eliminou a Holanda de Gullit, Rijkaard e Van Basten e garantiu a presença no Mundial de 1986.

‘J’Aime la Vie’

México 2 - 1 Bélgica 1986

Na sua estreia no Mundial de 1986, a selecção belga teve de defrontar a selecção mexicana no Estádio Azteca, perante 110 mil mexicanos e contra o regressado Hugo Sanchéz, e perdeu por 2 a 1

Um mês antes do Mundial, a Bélgica ganhou o Festival da Eurovisão e isso empolgou o país para a competição que se avizinhava. O sorteio ditou que a Bélgica ficasse no Grupo B com o anfitrião da prova, México, e ainda com o Paraguai e Iraque.

No primeiro jogo da fase de grupos, a Bélgica tinha pela frente uma tarefa complicada para garantir a vitória. Jogar contra o México, no Estádio Azteca, perante mais de 110 mil pessoas, no regresso de Hugo Sanchéz à Cidade do México, não ajudou a equipa belga. A juntar a isso houve ainda a questão da altitude e do terramoto que abalou o México 8 meses antes, o que fez com que o Mundial passasse a ser uma questão de honra para os da casa. O México começou melhor a partida, marcando aos 23 e aos 39 minutos, ambos os golos de bola parada. A Bélgica reduziu por Vandenbergh em cima do intervalo. O resultado não sofreu qualquer alteração até ao final.

No jogo seguinte, a Bélgica tinha de dar uma forte resposta para que as suas aspirações de seguir em frente continuassem vivas. A Bélgica venceu por 2-1 com golos de Enzo Scifo, aos 15 minutos, e Nico Claesen, aos 19, de grande penalidade, com o Iraque a reduzir aos 59.

No último jogo da fase de grupos, a Bélgica jogava a sua permanência no Mundial frente ao Paraguai. O resultado final foi de 2-2, suficiente para que a selecção capitaneada por Jan Ceulemans seguisse em frente ao ser uma das terceiras melhores classificadas. Vercauteren inaugurou o marcador aos 30 minutos. No segundo tempo, Roberto Cabañas empatou aos 50 minutos depois de uma desatenção defensiva da Bélgica. 9 minutos passados, Veyt isolado, na cara do guarda-redes paraguaio, fez o 2-1. Cabañas aos 79 minutos voltou a aproveitar uma falha defensiva da Bélgica para fazer o empate.

Diabos Vermelhos

Nos oitavos-de-final, a Bélgica defrontou a União Soviética com o resultado final a ser de 4-3.

México 2 - 1 Bélgica 1986

Na sua estreia no Mundial de 1986, a selecção belga teve de defrontar a selecção mexicana no Estádio Azteca, perante 110 mil mexicanos e contra o regressado Hugo Sanchéz, e perdeu por 2 a 1

Adivinhava-se um jogo complicado para a Bélgica e, principalmente, para Jean-Marie Pfaff. Belanov era a principal referência soviética o que acabou por se confirmar com os três golos que apontou. Aos 27 minutos, a União Soviética adiantou-se no marcador. Scifo empatou aos 56 minutos. Aos 70, Belanov voltou a marcar mas, pouco depois, Ceulemans restabeleceu a igualdade. O jogo seguiu para prolongamento, onde a Bélgica foi mais feliz. Aos 102 minutos, Demol fez o 3-2 de cabeça e, aos 109, Claesen fez o 4-2 para a Bélgica. Houve ainda tempo para a União Soviética reduzir aos 111 minutos.

A Bélgica chegava, pela primeira vez, aos quartos-de-final de um Mundial, onde encontrou a Espanha. Ceulemans fez o 1-0 de cabeça, aos 34 minutos, com a selecção belga a ser superior na primeira parte. No segundo tempo, a Espanha procurou o empate e conseguiu mesmo chegar aos golo, aos 84 minutos. Ao contrário do jogo frente à União Soviética, não houve golos no prolongamento. A decisão foi levada para as grandes penalidades com a sorte a sorrir à Bélgica, vencendo por 5-4.

Seguiu-se a Argentina de Maradona nas meias-finais. El Pibe desfez a defesa belga na segunda parte, bisando na partida, aos 51 e aos 63 minutos. Caso para dizer que os diabos vermelhos foram eliminados por Maradona.

O jogo de atribuição do 3º e 4º lugar opôs a França e a Bélgica. Ceulemans fez o 1-0 aos 11 minutos. Ferreri aos 27 e Papin aos 43 colocaram a França em vantagem. Claesen empatou a partida aos 73 minutos e levou a decisão para prolongamento onde a França foi superior. Genghini aos 104 e Amoros aos 111, de grande penalidade, fixaram o resultado final em 4-2.

A selecção belga de 1986 foi a única capaz de unir a região de Flanders e de Valónia numa região apenas, juntas pelo futebol.

Boas Apostas!