Desde a final da Liga dos Campeões, em Lisboa, que o Real Madrid não sabe o que é vencer o Atlético de Madrid. Um total de 7 jogos sem que os merengues consigam levar a melhor sobre os colchoneros.

Entrada Forte

O Atlético de Madrid de Diego Simeone voltou a travar o Real Madrid. Um cenário que se tornou consistente desde a final perdida em Lisboa, o ano passado. Em 7 jogos disputados até ao momento, o Atlético conta com 4 vitórias e 3 empates.

Primeira mão dos quartos-de-final da Liga dos Campeões 2014/2015 ficou marcada por um nulo entre os dois finalistas da edição passada.

O último jogo entre ambos que terminou 0-0 ocorreu em Maio de 2005, num jogo a contar para o campeonato em casa do Real.

Cristiano Ronaldo

Sempre muito pressionado, Cristiano Ronaldo não conseguiu ter a preponderância habitual

Sobre a história do jogo de ontem, há três momentos dignos de registo. O primeiro diz respeito à entrada forte do Real Madrid em jogo e a forma como Oblak travou os merengues. Seguiu-se um período de estabilização com o Atlético a conseguir impor o seu futebol para terminar a partida por cima do jogo e perto do golo da vitória.

Bale teve nos pés a possibilidade de inaugurar o marcador e dar um importante passo rumo às meias-finais. A bola acabou por não entrar porque o guardião do Atlético de Madrid, Jan Oblak, afigurou-se como a última barreira do clube colchonero, levando a melhor no duelo frente-a-frente com Bale.

O Real procurou desde cedo controlar o jogo a meio-campo e assumir a iniciativa, com o Atlético a recuar no terreno para depois explorar as saídas rápidas. Apesar do maior domínio da equipa de Carlo Ancelotti, como demonstram os números do intervalo, 62% de posse de bola, 10 tentativas de golo e 6 defesas de Oblak contra 1 de Casillas.

Kroos foi o comandante da equipa forasteira. O médio alemão procurava constantemente o trio BBC, mas Cristiano Ronaldo esteve sempre com marcação apertada, o que fez com que o português tivesse dificuldades para entrar no jogo.

Do lado do Atlético de Madrid, foi Oblak e mais 10. Defensivamente a equipa teve dificuldades para travar as investidas do Real Madrid, ao mesmo tempo em que se preocupava em não recuar tanto para ter homens suficientes na frente para sair em transições rápidas, um papel que cabia naturalmente a Griezmann. O francês tem sido um dos jogadores em destaque na La Liga, pelos golos e exibições que tem rubricado O ex-guardião do Benfica levou o empate para o intervalo com defesas de grande qualidade.

Final Asfixiante

No segundo tempo, o Atlético decidiu explorar mais o desdobramento ofensivo dos rivais.

O Real conseguia criar situações de perigo através das faixas, devido à superioridade numérica mas, defensivamente, Casillas, Ramos e Varane colocaram à vista algumas das lacunas existentes.

Jan Oblak

Jan Oblak foi a grande barreira aos remates do Real Madrid

Koke, Gabi e Suárez conseguiram encaixar no meio-campo do Real Madrid e essa foi a chave do encontro. Kroos e Modric passaram para a sombra dos médios espanhóis e o Atlético equilibrou a partida. James foi aparecendo a espaços, assim como Turan. Em lados opostos, estavam Mandzukic e Benzema, dois corpos estranhos no jogo da noite passada. Os dois avançados passaram à margem do encontro. Lutaram muito na frente mas sem resultados práticas para as suas equipas.

Alinhando na mesma posição, Marcelo e Siqueira foram duas das unidades mais inconformadas com o empate. Subiam no terreno e arrastavam consigo os adeptos que vibravam, a partir das bancadas, com as suas arrancadas e as tentativas de chegarem ao golo, sem sucesso.

Torres entrou aos 83 minutos para se juntar ao avançado croata e foi sempre mais incomodativo do que o seu companheiro, criando um par de boas situações de golo.

O Atlético de Madrid pressionou nos últimos minutos, mas não conseguiu ser feliz. Casillas apareceu nos momentos importantes quando foi chamado a intervir, mantendo a sua baliza inviolada, tal como Oblak, que repetiu os feitos da primeira parte, mostrando-se novamente em bom plano. Dois muros que adiaram a decisão para outro dia.

Mais um dérbi sem grandes toques de magia, com excepção para a jogada individual de Arda Turan e para o brilhantismo de Jan Oblak. Um jogo que repetiu a história dos duelos anteriores.

Muita combatividade a meio-campo, poucos rasgos de génio e muito equilíbrio táctico sem que nenhuma equipa quisesse arriscar o suficiente para arrumar com a eliminatória. Sangue, suor e lágrimas, tudo se decide na segunda mão no Bernabéu.

Boas Apostas!