Os Colorado Rapids têm um recorde muito pouco desejado na Major League Soccer. A equipa de Denver soma agora dezasseis jogos sem conseguir uma vitória, uma série iniciada no verão passado, com os Rapids a não conseguirem vencer nenhum dos últimos catorze jogos da temporada regular, entrando na nova temporada com o mesmo aproveitamento, somando dois encontros sem ganhar. No entanto, pressentem-se as mudanças no esquema de Pablo Mastroeni, que apesar de não ter conseguido vencer nenhum encontro, soma já 180 minutos sem sofrer golos. É caso para dizer que, em Denver, está a começar a fazer-se equipa pela defesa.

Fechar caminhos

Onze frente ao New York City

Onze frente ao New York City

Nos dois jogos disputados na presente temporada, os Colorado Rapids enfrentaram equipas com frentes de ataque que merecem respeito. Os Philadelphia Union têm o internacional venezuela Aristeguieta e os New York City o espanhol David Villa. Pablo Mastroeni, com um conjunto de defesas centrais muito altos, mas não tão móveis, entendeu perfeitamente que o não conceder espaço era essencial para pontuar. Nos dois encontros, pediu à dupla de médios mais defensivos para recuarem até não sobrar espaço entre linhas. Em Philadelphia, isso aconteceu com Marcelo e Pittinari a correrem todo o meio-campo, utilizando a sua capacidade para sair para o ataque como arma de resposta aos ataques do Union, mas a jogar em casa, e perante um atacante ainda mais móvel, a lesão de Marcelo quase veio a calhar, entrando Sam Cronin no onze.

Cronin passou o encontro da segunda jornada atuando como uma espécie de terceiro central, anulando todo o espaço entre a defesa e o meio-campo, contando com Pittinari para compensar o fecho de espaços de penetração a Mix. O’Neill demonstrou ser um central muito mais reativo do que Burling, expulso no primeiro jogo, enquanto nas laterais, os Colorado Rapids têm defensores que pouco ajudam no ataque. Harrington, que pode jogar nas duas faixas, teve muitas dificuldades quando Villa caiu no seu espaço, enquanto Burch pareceu mais capaz de equilibrar a equipa. Riley, lateral direito utilizado em Philadelphia e suspenso na terceira jornada, não deverá ter problemas para retomar a titularidade.

Pensar o ataque

Dillon Powers Colorado

Powers mexe com a equipa a segundo avançado

Garantida uma eficiência defensiva muito alta, à qual se junta um guarda-redes de qualidade, Pablo Mastroeni terá deixado para segundo plano o pensamento do ataque. Por enquanto, a medida mais utilizada inclui o passe longo para procurar a cabeça de Badji, um avançado muito alto e que tem como principal argumento o seu jogo de cabeça. Essa opção valeu, na primeira jornada, muitas segundas bolas para Torres e, no encontro seguinte, para Powers, jogador que, pela sua disponibilidade física conseguiu criar mais oportunidades.

A partir das faixas, falta alguma velocidade à proposta dos Rapids. Sánchez, pela direita, tem imensa qualidade técnica mas, aos trinta e cinco anos, deixa a desejar na explosividade. No lado esquerdo, Torres é a melhor opção, depois de Serna não ter brilhado em Philadelphia, e enquanto Ramirez ainda se vai adaptando à nova realidade.

A grande chave deste ataque deverá estar em Kevin Doyle, que só na passada semana assinou contrato. O irlandês será o meritório substituto de Deshorn Brown, que saiu para o Valerenga, podendo oferecer a Pablo Mastroeni as condições necessárias para fazer a diferença na área. A equipa já conseguiu, em casa, criar uma dinâmica de algum movimento e muitos remates, mas nem Badji, nem Torres quando utilizado na posição mais adiantada, mostraram poder ser finalizadores. Vai caber a Doyle ser o homem golo. Resta apenas saber até quando poderão os Colorado Rapids esperar.

Boas Apostas!