Argélia – Rússia (Mundial 2014)
Jogo de tudo ou nada para duas seleções que têm tido uma passagem bastante diferente por este Mundial. A Argélia criou muitas dificuldades à Bélgica, chegou a estar na frente da partida, mas não resistiu à reação do líder do grupo. Logo depois, venceu e convenceu frente à Coreia do Sul, que bateu por expressivos 4-2. Já os russos, depois de pálida imagem deixada num empate a uma bola frente aos coreanos, voltaram a estar inexpressivos no encontro com a Bélgica, ainda que tenham resistido defensivamente durante quase todo o encontro. Na jornada final, a Rússia tem que mostrar que também sabe atacar. Missão nova para os homens de Fabio Capello, frente a uma seleção africana que joga intensamente, ainda que sem grande controlo mental sobre o que se passa no jogo.
Sabe bem ver jogar a equipa da Argélia, um conjunto que joga com o coração na boca, utilizando muitos jogadores criados no técnico futebol francês e puxando da alma e da força física africanas para se conseguir impor nas partidas. No entanto, a maior fragilidade prende-se com o facto dessa intensidade não se manter durante todo o encontro, criando momentos em que um adversário esclarecido pode bem explorar o desprendimento entre setores no onze argelino. Com a Rússia a ter que tomar a iniciativa do encontro, os argelinos poderão voltar a apostar jogar em profundidade, explorando bem as qualidades de Slimani, que conjuga muito bem o seu físico com a criatividade dos seus colegas do meio-campo ofensivo, como são Djabou, Brahimi e Feghouli. Sendo quase certo que, de entre estes nomes, algum conseguirá marcar nesta partida, a verdade é que a solidez defensiva dos argelinos será colocada à prova, restando saber de que forma reagirão os seus experientes centrais e o guarda-redes M’Bolhi.
Onze provável: M’Bolhi – Mandi, Halliche, Bougherra, Mesbah – Bentaleb, Medjani – Feghouli, Brahimi, Djabou – Slimani.
A Rússia é um corpo estranho neste Mundial. Uma equipa que mostrou bons momentos de futebol na fase de qualificação, demonstrando-se sólida e resistente à pressão, tem passado um pouco ao lado do Mundial, com exibições enfadonhas, os seus melhores jogadores, Dzagoev e Kerzhakov, presos no banco e uma enorme capacidade de gerar confiança ou ganhar algum crédito na luta pela qualificação. Depois de um empate pobre frente à Coreia do Sul, a derrota inevitável frente à Bélgica tornou-se justa, tendo em conta o pouco que os russos mostraram ser capazes de produzir. Fabio Capello terá duas opções: ou ultrapassar a sua teimosia ou acabar por deixar-se imolar agarrado às suas contradições. Sendo certo que a falta de segurança defensiva da Argélia poderá ser aproveitada, a verdade é que, perante uma equipa que não se intimida em nenhuma luta, os russos terão que ser algo mais do que aquilo que mostraram até agora.
Onze provável: Akinfeev – Eschenko ,Berezutski, Ignashevitch, Kombarov- Glushakov, Fayzulin – Kanunnikov, Shatov, Zhirkov – Kokorin.
Este será o primeiro encontro entre argelinos e russos, que nunca se defrontaram antes na sua história.
Tendo em conta o que já vimos na presente edição do Mundial, a Argélia entra com algum favoritismo perante uma Rússia que está muito longe daquilo que se acreditava poder fazer.
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