Andy Murray – João Sousa (Roland Garros)
A segunda ronda do Grand Slam de Paris coloca frente a frente dois tenistas em alta, cada um à sua medida. A excelente forma de Murray coloca-o no pódio da hierarquia mundial. A boa temporada em terra batida de Sousa aproxima-o do top-30. Há uma diferença de nível, claro, sublinhada pela estatística: o escocês venceu todos os confrontos diretos. O que não significa que o português vá deitar já a toalha ao chão.
O final de 2014 já dava boas indicações mas os quase cinco meses de competição desta temporada só vieram confirmá-las. Andy Murray está de volta ao seu melhor e apostado em capitalizar as épocas menos consistentes de Rafa Nadal e Stan Wawrinka. O escocês chega ao principal evento, que fecha a temporada, de terra batida sem uma derrota nesta superfície, apesar de não ser o seu piso favorito. Poder-se-á dizer que Murray escolheu a dedo os torneios em que participou. À exceção de Roma, onde abandonou antes do encontro dos oitavos que devia opô-lo a David Goffin, alegando fadiga, conquistou títulos em provas importantes nas quais Novak Djokovic não era uma das variáveis. O sérvio tem sido o grande carrasco de Murray esta temporada, até porque se têm cruzado com frequência. Não só o bateu em duas das quatro finais que disputou – no Open da Austrália (7-6, 6-7, 6-3, 6-0) e Miami (7-6, 4-6, 6-0) – como ainda o eliminou na semifinal de Indian Wells em sets diretos (6-2, 6-3). Mas em Munique e Madrid o número um mundial não esteve presente e aí Murray provou ser capaz de bater toda a concorrência, da mais modesta à mais exigente. No torneio germânico conquistou o título à custa de Philipp Kohlschreiber (7-6, 5-7, 7-6). Em Madrid bateu Rafael Nadal para se sagrar campeão, depois de já ter ultrapassado Milos Raonic e Kei Nishikori nas rondas anteriores.
João Sousa está consciente do tremendo desafio que tem pela frente. Mas também já disse que vai de tudo para vencer. O português tem vindo a fazer uma temporada em terra batida muito positiva e na terça-feira carimbou mais uma boa exibição. Como reconheceu o vimaranense, o primeiro encontro num Major ou num grande torneio é sempre complicado. Mas João saiu-se muito bem da primeira ronda em Roland Garros, batendo o canadiano Vasek Pospisil em sets diretos (6-3, 7-6, 6-1). O quadragésimo quarto tenista do ranking ATP entrou confiante e rapidamente se viu a selar o primeiro parcial a seu favor e com o segundo muto bem encaminhado. Mas depois do 3-0 no segundo set Pospisil reagiu para se manter no encontro e, começou por ser bem sucedido. Conseguiu equilibrar o marcador e forçar a decisão em tie break. Não foi fácil mas o português fechou mais um set a seu favor e o canadiano, que regressava após lesão, quebrou, física e animicamente, no derradeiro parcial (6-3, 7-6, 6-1). Havia algum receio que João Sousa se ressentisse do acumular de jogos da semana passada, que o levaram à final do Open de Genebra, mas tal não se verificou.
Agora terá pela frente o britânico Andy Murray, atual número três mundial, e que está imbatível em terra batida neste ano de 2015. O português sabe que as probabilidades estão contra si, afinal foi derrotado nos cinco confrontos diretos que teve com o escocês. Mas se há uma altura em que se sente capaz de superar essa adversidade é agora. João Sousa sente-se bem, está centrado, confiante e não tem nada a perder. Cada ponto ganho ao adversário será uma vitória.
2015 | Dubai | Murray | 2 | 6 | 6 | R16 | ||||
Sousa | 0 | 0 | 2 | |||||||
2015 | Open da Austrália | Murray | 3 | 6 | 6 | 7 | 3R | |||
Sousa | 0 | 1 | 1 | 5 | ||||||
2014 | Masters de Cincinnati | Murray | 2 | 6 | 6 | 2R | ||||
Sousa | 0 | 3 | 3 | |||||||
2014 | Acapulco | Murray | 2 | 6 | 6 | R16 | ||||
Sousa | 0 | 3 | 4 | |||||||
2013 | Open da Austrália | Murray | 3 | 6 | 6 | 6 | 2R | |||
Sousa | 0 | 2 | 2 | 4 |
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